De cada 100 fraturas faciais em crianças, 95 acontecem na faixa etária entre 6 e 13 anos. Os outros 5% são registrados em crianças de 0 a 5 anos, idade em que são vigiados mais de perto pelos adultos. Nos últimos anos, houve um aumento expressivo na incidência desse tipo de trauma. De cada 10 fraturas de ossos da face, em média uma é registrada na faixa etária entre zero e 13 anos.
“A estatística chama atenção, uma vez que, dependendo das circunstâncias, um impacto em criança precisa ser muito mais forte do que nos adultos para causar fratura facial. Isso porque os ossos infantis são mais macios”, explica o cirurgião buco-maxilo-facial Sylvio de Moraes, um dos palestrantes do COBRAC – Congresso Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial – que vai acontecer entre os dias 20 e 24 de agosto, no Rio de Janeiro.
Segundo Sylvio de Moraes, dois motivos explicam o aumento de casos: calçadas mais irregulares, com desníveis ou em obras e o fato das crianças ficarem cada vez mais cedo sob os cuidados de terceiros. “As mulheres precisam trabalhar e deixam as crianças com babás, em creches ou com vizinhas. Nesses cenários, a incidência de acidente é maior”, constata o cirurgião.
35% dos traumas são resultado dos acidentes domésticos (quedas de pequenas alturas como cama, beliche, sofá; bicicleta, velocípede); 20% violência externa (atropelamentos); 15% colisão de veículos; 10% quedas atípicas (acidentes domésticos não padronizados como: queda de laje, tanque ou muro alto); e os outros 20% outras causas (como agressão, acidente de moto, armas de fogo, queda de grandes alturas como prédio, queda de varanda, acidente com porta de elevadores, queda de escada e atividade física).
A maioria dos acidentes, 65%, acontece fora de casa (em áreas de lazer, escolas e calçadas). “Também vale destacar que o número de acidentes com bicicleta e triciclos é grande, já que a velocidade imprimida ajuda a aumentar o impacto”, ressalta Sylvio de Moraes, que acrescenta: “Na época de férias, as estatísticas são maiores, uma vez que os pais relaxam mais, ficam mais despreocupados o que de certa forma, cria uma atmosfera de risco”.
Ao chegar no hospital, os pais devem solicitar o atendimento de um cirurgião buco-maxilo-facial, muitas vezes determinante para a recuperação sem sequelas dos filhos. “Geralmente, os atendentes encaminham para o pediatra. Se os pais pedirem um buco-maxilo-facial a estratificação do trauma será mais assertiva e rápida. É preciso avaliar a criança clinicamente e, sempre que possível, por imagem de tomografia. Por esse meio, o buco-maxilo-facial vai conseguir identificar mais facilmente todos os detalhes – ossos faciais, da coluna cervical, do crânio, dentes de leite e dentes permanentes – que muitas vezes se sobrepõem e dificultam a interpretação de imagens nos exames convencionais e por isso terá um melhor entendimento do caso”, finaliza o palestrante.
XXII COBRAC – Congresso Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
Data: 20 a 24 de agosto de 2013
Local: Windsor Barra Hotel
Endereço: Av. Lúcio Costa, 2630 – Barra da Tijuca Rio de Janeiro – RJ
Site: www.cobrac2013rio.com.br/