Entre os dias 1º e 3 de agosto, Curitiba receberá médicos de toda a região sul para o 8º Endosul – Congresso de Endocrinologia e Metabologia, realizado pela regional paranaense da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Cerca de 600 profissionais estão com participação confirmada. O endocrinologista curitibano Dr. Hans Graf, um dos diretores da Sociedade Latino-Americana de Tireoide (LATS) será um dos palestrantes do evento, ao abordar o tema “Hipotireoidismo – tratamento em situações especiais”.

A glândula tireoide, localizada no pescoço, é responsável pela produção dos hormônios tireoidianos (T3 e T4) que regulam o metabolismo humano, e que são fundamentais para os diversos órgãos e tecidos do organismo na realização coordenada de suas funções. A produção de T3 e T4 depende do estímulo de outro hormônio: o TSH, produzido pela glândula adenoipófise. O hipotireoidismo é uma síndrome metabólica que resulta na deficiência da produção de hormônios pela tireoide, levando a sintomas diversos como cansaço, sonolência exagerada, depressão, desaceleração dos batimentos cardíacos, intestino preso, irregularidades menstruais, queda de cabelo e ganho de peso, entre outros. A ausência de tratamento pode levar a quadros mais complexos, incluindo problemas cognitivos e cardiovasculares importantes.

Hipotireoidismo: tratamento em situações especiais

Em março deste ano foram anunciadas pela LATS as novas Diretrizes para o tratamento do hipotireoidismo – um documento elaborado em conjunto por especialistas de diferentes países, incluindo o Dr. Hans Graf, e que serve como um guia para os endocrinologistas em suas práticas clínicas. As novas Diretrizes incluem orientações para o tratamento em casos especiais, como na gravidez. O organismo da mulher grávida demanda maior produção de hormônios. Caso a mãe seja portadora de hipotireoidismo, sem a reposição do hormônio T4, pode ocorrer comprometimento no desenvolvimento do feto, principalmente nas duas primeiras semanas de gestação. Em função disto, segundo o médico, é recomendado se aumentar a dose de reposição do hormônio T4. “A ingestão simultânea de alguns medicamentos junto com o T4, como antiácidos, ferro, soja ou cálcio pode interferir na absorção do hormônio, por isso deve ser controlada, para não prejudicar o tratamento do hipotireoidismo”, explica Dr. Hans Graf.

Outro grupo que merece atenção especial são os idosos com hipotireoidismo. Com o passar dos anos, é natural a diminuição da produção de hormônios tireoidianos. “Doses mais baixas do T4 são indicadas para pacientes nesta faixa etária, pois o excesso na reposição pode acarretar arritmias e osteoporose”, diz o médico. No outro extremo da faixa etária, como nos recém-natos, os hormônios tireoidianos têm grande importância no desenvolvimento do sistema nervoso central. Neste sentido, o endocrinologista reafirma a importância do teste do pezinho – capaz de detectar o hipotireoidismo congênito, bem como outros distúrbios em recém-nascidos. “O diagnóstico do hipotireoidismo congênito é feito na presença de níveis elevados de TSH e o recém-nascido deve receber precocemente, e em doses consideradas ótimas, a reposição do T4, evitando danos importantes ao desenvolvimento do sistema nervoso central”, completa Dr. Hans Graf.

Agenda

Evento: 8º Endosul.

Data: 1º a 03 de agosto.

Horário: 15 às 18 (01/08); 08h30 às 18h30 (02/08); 08h30 às 17h (03/08).

Local: Bourbon Convention Hotel.

Endereço: Rua Cândido Lopes, 102 – Centro – Curitiba/PR.