O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que, até o final de 2015, a população acima de 65 anos corresponda a 7,8% do total de brasileiros. O transtorno depressivo é frequente nessa faixa etária, devido a fatores como perda de entes queridos, dificuldade econômica, dor não controlada, problemas de saúde em geral e incapacidade, além de lapsos de memória.
“Quando não tratada adequadamente, a depressão gera mais incapacidade e piora a qualidade de vida do idoso, que pode desenvolver doenças graves, como demência, elevando a mortalidade geral”, ressalta Tiago Pugliese Branco, geriatra do Hospital Paulistano.
Os sintomas mais comuns apresentados pelos pacientes são tristeza ou desânimo na maior parte do dia, perda de interesse ou prazer pela prática das atividades diárias e alterações de peso (perda ou ganho) e do apetite. Também podem ocorrer insônia ou sonolência excessiva, agitação ou apatia, fadiga ou perda de energia, dificuldade de concentração ou de memória e pensamentos de morte.
Apesar de os sintomas serem conhecidos, o especialista esclarece que o tratamento da depressão em idosos é complexo. Isso porque os sinais podem ser confundidos com os de outras doenças, a exemplo do diabetes e problemas de tireoide que apresentam alterações no peso e cansaço. A pessoa idosa que está deprimida manifesta um distúrbio de atenção, de concentração e de memória. Muitas vezes, pacientes e familiares confundem esses sinais com “preguiça ou falta de vontade”.
Quando diagnosticada a doença, são indicados medicamentos antidepressivos e sessões de psicoterapia. É muito comum as pessoas acreditarem que o tratamento com medicamentos pode viciar, o que não é verdade. “É preciso desmistificar o uso de antidepressivos, que trazem benefícios comprovados com menor ocorrência de efeitos colaterais nos últimos anos”, afirma o médico.
Outro fator importante para o sucesso do tratamento é dar explicação ao paciente sobre sua doença. Pugliese frisa que a depressão não faz parte do envelhecimento normal e tem tratamento eficaz, com impacto positivo na qualidade de vida.
Atenção para os sinais
A causa da depressão ainda é pouco conhecida. Sabe-se que idosos passam por situações que têm impactos significativos em sua vida, como a perda de entes queridos, o fim da rotina de trabalho, a perda de relações com colegas (aposentadoria) e a dificuldade ou incapacidade de executar determinadas tarefas, que levam a sintomas semelhantes a um episódio de depressão. “Por isso, familiares e profissionais de saúde devem estar atentos porque, especialmente na população idosa, essa doença muitas vezes não é reconhecida e tratada adequadamente, podendo se agravar e ter consequências mais sérias”, afirma.
O familiar deve ser orientado para que tenha condições de reconhecer os sintomas depressivos e monitorar a resposta ao tratamento. Também pode auxiliar o paciente no cumprimento das recomendações indicadas pelo médico, aspecto essencial para sua recuperação. Porém, deve respeitar a autonomia e a privacidade do idoso, que passa por momento de sofrimento psíquico muitas vezes intenso.
Mais informações:
Relações com a Imprensa – Hospital Paulistano
Luciana Menezes – [email protected]
+ 55 (11) 4197-1146 | (11) 97631-0325