Na semana em que se comemora o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/8), a Beneficência Portuguesa de São Paulo (www.beneficencia.org.br) alerta a população para os males causados pelo uso do narguilé, espécie de cachimbo cada vez mais presente nas rodas de adolescentes em que a fumaça passa pela água antes de chegar ao fumante. O que os jovens não sabem é que essa forma de diversão traz também danos à saúde.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), participar de uma rodada de fumo de narguilé por uma hora equivale a consumir cerca de 100 cigarros. Análises comprovam que a fumaça desse tipo de cachimbo contém quantidades superiores de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias cancerígenas, em comparação com a fumaça do cigarro. No Brasil, são mais de 300 mil pessoas fumando narguilé, segundo o Inca.

Para a Dra. Maria Alenita de Oliveira, pneumologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, os jovens fumam narguilé sem ter ideia das suas implicações para a saúde. “Os componentes utilizados no processo causam dependência tanto quanto cigarro, entretanto de modo potencializado, pois se aspira muito mais fumaça neste processo”, alerta a médica.

É comum o usuário ter a ilusão de que a fumaça inalada é filtrada pela água que fica dentro da garrafa, de onde saem as mangueiras para sucção. “Diferentemente do que se pensa a água do narguilé não filtra as toxinas, ela apenas esfria a fumaça e intensifica o monóxido de carbono da combustão do carvão, que chega mais forte ao pulmão”, esclarece Dra. Alenita.

Estudos do Ministério da Saúde apontam que mais de 50% dos jovens têm o primeiro contato com o cigarro ainda na vida escolar, seja por influência dos pais ou de colegas. A médica é taxativa no que se refere a esse hábito: “é fundamental mostrar aos adolescentes os riscos que o cigarro e o narguilé trazem para a saúde”.