Silencioso, o câncer colorretal – ou do intestino grosso e reto – é o segundo tipo de câncer mais frequente em homens e mulheres da região sudeste do Brasil (estimativa INCA 2012). Sua evolução dentro do organismo é lenta e muitas vezes com sintomas que passam despercebidos pelos pacientes, ainda que evidentes. O resultado são os diagnósticos tardios, cuja doença já está em fase intermediária ou avançada.
Os números e os cuidados com a prevenção e o tratamento ganham ênfase no mês de abril, já que a próxima segunda-feira (08/04) é o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer.
A causa do câncer de intestino pode ter diversos fatores, seja de origem genética – entre 10 e 25% dos casos – ou iniciada por meio de um pólipo (tipo de verruga na superfície do intestino), que corresponde à maioria dos casos.
Hábitos alimentares como consumo excessivo de carne vermelha e gorduras animais, alcoolismo, sedentarismo, tabagismo, obesidade e ausência de fibras na alimentação (verduras, frutas e leguminosas) são fatores de risco para o desenvolvimento da enfermidade.
“Existem pessoas com uma doença denominada ‘polipose familiar’, herança genética caracterizada pela existência de mais de 100 pólipos no intestino. Ela se manifesta em adultos jovens e causa sangramentos, diarreia ou alterações para evacuar. Quando tratada, pode virar câncer em apenas 15% dos pacientes com mais de 45 anos. Mas se não tratada, a probabilidade é de que 100% das pessoas portadoras da doença desenvolvam câncer de intestino”, alerta Dr. Eduardo Linhares, Cirurgião do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.
Da mesma forma, pacientes que tenham sido diagnosticados com pólipos no intestino – que com o passar do tempo podem se transformar em câncer – devem estar atentos e fazer o acompanhamento correto. “Ninguém acorda de um dia para o outro com câncer de intestino. Geralmente a doença começa a se manifestar por meio de um pólipo dentro da mucosa intestinal e vai progredindo com o passar dos anos. Tumores de maior agressividade podem se desenvolver em até dois anos e, os de menor agressividade, em até quatro anos”, explica o cirurgião.
No final de março, a Merck Serono, divisão de medicamentos biotecnológicos da alemã Merck, realizou em São Paulo um seminário sobre Câncer Colorretal Metastático. O evento abordou a otimização do tratamento, a importância dos biormarcadores para tratamento personalizado, a diminuição do tumor no tratamento de primeira linha e os seus impactos na sobrevida global dos pacientes.
Prevenção e Diagnóstico
O primeiro passo para evitar o desenvolvimento da doença é a prevenção. “Há dois tipos de prevenção: a primária, que consiste em se desvincular de todos os fatores de risco que podem culminar no surgimento da doença; e a secundária, que é a realização periódica dos exames exigidos conforme faixa etária e histórico familiar”, sinaliza Dr. Linhares.
Os sintomas relacionados à doença nem sempre são identificados pelos pacientes como motivo para procurar ajuda médica. Prisão de ventre, constipação, diarreia – especialmente quando ocorre sem motivo e é alternada com constipação –, além de sangramento nas fezes são indícios que podem sinalizar a presença da doença.
A recomendação principal do Dr. Linhares para prevenção e diagnóstico precoce é a realização dos exames proctológicos completos, especialmente a colonoscopia. “Homens e mulheres a partir dos 50 anos devem fazer a colonoscopia para identificar a presença de pólipos. O intuito é retirar o material antes que ele se torne um tumor. Por isso o exame é feito a partir dos 50 anos, já que o pico da proliferação da doença é a partir dos 60 anos. Há estudos que comprovam que a retirada do pólipo pode prevenir a incidência do câncer”, argumenta o especialista.
Tratamento e solução
Cirurgia, quimioterapia e radioterapia fazem parte dos recursos utilizados para tratamento da doença inicial, intermediária ou avançada. Uma das principais evoluções no resgate de pacientes cuja doença já se espalhou para órgãos como pulmão e fígado – principais sítios de metástases de câncer colorretal – é o uso associado de terapias-alvo (anticorpos monoclonais), que agem diretamente na contenção do crescimento do tumor e personalizam o tratamento. “O uso de anticorpo monoclonal em pacientes com K-RAS selvagem é quase uma obrigação quando o tratamento é de conversão”, avalia Dr. Linhares.
O teste do gene K-RAS é determinado pelo oncologista clínico ou cirurgião para identificar se o paciente em estágio avançado pode ou não responder ao uso de uma terapia personalizada. Quando o gene é ‘selvagem’, a terapia-alvo associada a quimioterapia terá resposta positiva para o paciente, conforme dados atualizados do estudo Crystal, publicado no Journal Of Clinical Oncology (2011), de autoria de Eric Van Cutsem.
Ainda que a prevenção seja o melhor caminho, as chances de cura são grandes em todos os estágios da doença, afirma Dr. Linhares. “É o tumor de melhor prognóstico no trato digestivo, inclusive para tratamento de metástases hepáticas, cujas chances de cura num período de cinco anos podem ser de 20 a 65%”, conclui.
A Merck
A Merck é a mais antiga indústria farmacêutica e química do mundo. A companhia une essa tradição com a busca constante por inovações nos segmentos em que atua. Com forte presença global, a Merck, fundada na Alemanha há mais de 340 anos, hoje está presente em 67 países e distribui seus produtos em mais de 150. A empresa possui visão de longo prazo e prioriza a pesquisa e o desenvolvimento de inovações nas indústrias farmacêutica e química.
Desde 1995, a empresa possui cerca de 30% do seu capital total cotado na Frankfurt Stock Exchange. Os demais 70% pertencem à família Merck, descendente do fundador. Atualmente, a empresa conta com cerca de 40 mil colaboradores distribuídos por 67 países. Em 2012, o lucro total cresceu 8,7% para €11,2 bilhões, e o faturamento aumentou 8,4% para €10,741 bilhões, refletindo crescimento orgânico de 4,5% em relação a 2011.
A Merck atua no Brasil desde 1923 – há 90 anos – e é uma das dez maiores indústrias farmacêuticas do País, de acordo com o IMS Health. Sua sede é no Rio de Janeiro, onde fica também a fábrica de medicamentos. A área Química está localizada na capital paulista e conta com uma planta em Barueri e um depósito em Cotia, na Grande São Paulo. No Brasil, a empresa tem cerca de 1.100 funcionários.
A Merck trabalha em duas frentes, farmacêutica e química, e busca o equilíbrio nesses negócios. A área farmacêutica é composta pelas divisões Merck Serono – de medicamentos de prescrição e Genéricos – e Produtos de Consumo (Consumer HealthCare). Já a Química compreende as divisões Merck Millipore, com portfólio completo de soluções para análises em laboratórios de pesquisa ou controle de qualidade em indústrias ou instituições de saúde; e Performance Materials, com pigmentos industriais, ativos e pigmentos cosméticos oferecidos para diversos segmentos, como o de cosméticos, automotivo e de tintas especiais.
A Merck conta com um Programa de Responsabilidade Social Corporativa que tem como princípio o compromisso com os funcionários, com a sociedade e com o meio ambiente. O objetivo é contribuir tanto com a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários – através de uma série de iniciativas e programas específicos – como proporcionar a inclusão de pessoas com deficiência e crianças e jovens em risco social. Dessa forma, a Merck colabora a partir do apoio a projetos e ações que valorizam a cultura e a cidadania.