Esta segunda-feira, 8 de abril, é a data escolhida para representar a luta mundial de combate ao câncer. O objetivo é ampliar a conscientização da população no que se refere à prevenção primária, rastreamento, diagnóstico e tratamento da doença. As estimativas do câncer no Brasil e no mundo saltam a cada ano, colocando-o no topo do ranking de causas de morte, atrás apenas das doenças cardiovasculares.

No Brasil, uma das manifestações que mais preocupa é o câncer de cabeça e pescoço (CCP), que envolve tumores na região da cabeça (excluindo cérebro) e pescoço (lábios, fossas nasais, seios paranasais, cavidade oral, laringe, faringe, glândulas salivares). O tabagismo e o etilismo estão entre os principais vilões causadores da doença, além do HPV (Papiloma Vírus), que vem sendo associado à ocorrência das neoplasias em jovens.

“”Os tumores HPV positivos em geral têm taxas de cura maior com os tratamentos radio e quimioterápicos comparados aos tumores da mesma área não relacionados ao HPV””, explica Fernando Cotait Maluf, chefe da Oncologia Clínica do Centro de Oncologia do Hospital São José.

No Consenso Multidisciplinar em Câncer de Cabeça e Pescoço, realizado em 2012 com apoio da Merck Serono, divisão de produtos biotecnológicos da alemã Merck, os especialistas brasileiros e internacionais criaram um documento com recomendações para o tratamento multidisciplinar da doença em fase precoce e avançada. “”Buscamos medidas aplicáveis para profissionais do meio de saúde e que podem ser utilizadas no dia a dia do combate ao câncer””, avalia Maluf, que coordenou o evento.

Sintomas – O câncer de cabeça e pescoço atinge, em geral, pessoas acima dos 50 anos. Os sintomas de apresentação variam de acordo com o local do tumor primário. As queixas mais comuns são úlceras mucosas de difícil cicatrização, dor ou dificuldade para deglutir, rouquidão e nodulações no pescoço. O diagnóstico mais comum é na cavidade oral (corresponde a um terço do total dos casos); em seguida, vêm os tumores de laringe e orofaringe.

A investigação deve ser feita por um especialista, que deverá incluir um estudo minucioso da cavidade oral e nasal, assim como da orofaringe. Exames complementares, utilizando método endoscópico, tomografia, ressonância ou PET-CT, podem ser necessários. Se detectados pelo paciente a presença de nodulações no pescoço ou de alterações na mucosa da boca, como placas esbranquiçadas, também indicam a necessidade de avaliação médica.

“”O tratamento é feito por cirurgia ou radioterapia nas lesões mais precoces. Nos casos avançados. a combinação inclui radioterapia e tratamento sistêmico, com quimioterapia ou drogas-alvo, como os anticorpos monoclonais. Em algumas situações é preciso fazer cirurgia””, argumenta Maluf.

Avanço terapêutico – A medicina caminha a passos largos na direção de novas terapias e até mesmo da cura da doença. No caso dos tumores avançados de laringe, o tratamento tradicional era a laringectomia total, ou seja, a remoção completa da laringe – procedimento que causa grande temor aos pacientes, que precisam ser traqueostomizados. No entanto, protocolos de tratamentos que incorporaram a quimioterapia à radioterapia modificaram esse cenário e mostram ser seguro tratar os pacientes evitando a cirurgia.

De acordo com Maluf, houve avanço no desenvolvimento de drogas quimioterápicas mais eficazes e no modo mais efetivo de combiná-las à radioterapia, e também a modernização das técnicas de radioterapia. ““Estudos recentes demonstram que entre 70 e 80% dos pacientes têm seu tumor erradicado sem a necessidade de cirurgia””, diz o oncologista, que ressalta também os efeitos colaterais intensos provocados por esse tipo associado de terapêutica, como inflamação das mucosas da cavidade oral e garganta, bem como irritação da pele. “”Toxicidades severas e até morte, que pode chegar a 10%, são associadas aos programas de radioterapia e quimioterapia””, acrescenta.

Personalização – O empenho para encontrar alternativas não-cirúrgicas e manter a preservação da laringe fez os pesquisadores desenvolverem novas drogas, chamadas alvo-específicas, que têm como missão atacar os mecanismos mais críticos para o crescimento do tumor e seu poder de enviar metástases a outros órgãos.

Para Maluf, o grande avanço na última década neste contexto foi o anticorpo monoclonal, que ataca o receptor do fator de crescimento epidérmico (Epidermal Growth Factor Receptor – EGFR), importante para conter o crescimento, proliferação e poder metastático da doença.

“Além de ser bastante eficaz quando combinado com a radioterapia nos tumores localizados, os efeitos colaterais são mais brandos que aqueles observados com a quimioterapia e a radioterapia. Esse benefício também foi demonstrado quando os anticorpos monoclonais foram associados à quimioterapia em pacientes com metástase”, explica Maluf.

“Hoje, aos pacientes com tumores de cabeça e pescoço, há um horizonte mais esperançoso e otimista do que o vislumbrado no passado, o que permite um maior número de pessoas sejam tratadas de forma completa”, diz Maluf. ““É possível curar sem mutilar”.”

A Merck

A Merck é a mais antiga indústria farmacêutica e química do mundo. A companhia une essa tradição com a busca constante por inovações nos segmentos em que atua. Com forte presença global, a Merck, fundada na Alemanha há mais de 340 anos, hoje está presente em 67 países e distribui seus produtos em mais de 150. A empresa possui visão de longo prazo e prioriza a pesquisa e o desenvolvimento de inovações nas indústrias farmacêutica e química.

Desde 1995, a empresa possui cerca de 30% do seu capital total cotado na Frankfurt Stock Exchange. Os demais 70% pertencem à família Merck, descendente do fundador. Atualmente, a empresa conta com cerca de 40 mil colaboradores distribuídos por 67 países. Em 2012, o lucro total cresceu 8,7% para €11,2 bilhões, e o faturamento aumentou 8,4% para €10,741 bilhões, refletindo crescimento orgânico de 4,5% em relação a 2011.

A Merck atua no Brasil desde 1923 – há 90 anos – e é uma das dez maiores indústrias farmacêuticas do País, de acordo com o IMS Health. Sua sede é no Rio de Janeiro, onde fica também a fábrica de medicamentos. A área Química está localizada na capital paulista e conta com uma planta em Barueri e um depósito em Cotia, na Grande São Paulo. No Brasil, a empresa tem cerca de 1.100 funcionários.

A Merck trabalha em duas frentes, farmacêutica e química, e busca o equilíbrio nesses negócios. A área farmacêutica é composta pelas divisões Merck Serono – de medicamentos de prescrição e Genéricos – e Produtos de Consumo (Consumer HealthCare). Já a Química compreende as divisões Merck Millipore, com portfólio completo de soluções para análises em laboratórios de pesquisa ou controle de qualidade em indústrias ou instituições de saúde; e Performance Materials, com pigmentos industriais, ativos e pigmentos cosméticos oferecidos para diversos segmentos, como o de cosméticos, automotiv o e de tintas especiais.

A Merck conta com um Programa de Responsabilidade Social Corporativa que tem como princípio o compromisso com os funcionários, com a sociedade e com o meio ambiente. O objetivo é contribuir tanto com a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários – através de uma série de iniciativas e programas específicos – como proporcionar a inclusão de pessoas com deficiência e crianças e jovens em risco social. Dessa forma, a Merck colabora a partir do apoio a projetos e ações que valorizam a cultura e a cidadania.