Nesta sexta-feira (13), é comemorado o Dia Mundial da Sepse. A campanha é desenvolvida em mais de 60 países, entre eles o Brasil, com apoio da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e do Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS). A ação é coordenada mundialmente pela Global Sepsis Alliance (GSA). Em todo o Mundo são estimados entre 20 e 30 milhões de pacientes que sofrem com Sepse a cada ano e, oito milhões de pacientes morrem com a doença.

A Sepse é conhecida pelo público leigo como infecção generalizada e corresponde a um importante problema de saúde, com estimativa de 400 mil casos por ano no Brasil. A doença ocasionou cerca de 200 mil óbitos e 25% da ocupação de leitos em UTIs no Brasil. “Apesar de ser reconhecida como uma infecção generalizada, o problema pode estar concentrado em apenas um órgão, que provoca uma resposta inflamatória em todo o organismo, em uma tentativa de combater a infecção”, responde o médico intensivista Marcelo Maia, do Hospital Santa Luzia.

De acordo com o professor Konrad Reinhart, presidente da GSA, a doença é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia. A Sepse está, normalmente, associada ao envelhecimento da população. Fatores como diabetes, doença renal crônica e do fígado também contribuem para o aumento dos índices da doença. Outra dificuldade está no tratamento.

O abuso de antibióticos pode resultar na maior proliferação de bactérias, tornando-as mais resistentes. Outro dado importante está no crescimento do índice de Sepse em áreas onde não há saneamento básico, ou ele é deficiente. “Pessoas que estão expostas à condições sanitárias precárias tem maior chance de desenvolver a Sepse”, explica Reinhart. A má nutrição e a falta de água potável também são fatores importantes.

Um dos maiores desafios está na desinformação. “Educar profissionais de saúde e a população podem, definitivamente, ter um grade impacto na prevenção da Sepse”, Defende o professor. Outra grande preocupação é a necessidade de tratar o mais cedo possível. A doença precisa ser tratada o mais breve possível, o que os médicos chamam de as “horas de ouro da Sepse”. Normalmente, o paciente responde melhor aos estímulos dados pelo tratamento nas primeiras horas.

Segundo o médico Marcelo Maia, o objetivo maior do Dia Mundial da Sepse é promover um esclarecimento maior sobre a doença, como forma de combatê-la no mundo. Pensando nisso, a GSA divulga, por meio das suas parceiras, a Declaração Mundial da Sepse. O documento visa aumentar a prioridade dada à doença nos atendimentos hospitalares. Entre as ações necessárias estão diminuir o tempo para o início do tratamento, promover facilidades de reabilitação ao paciente e manter equipes bem treinadas para tratar a doença. “Os programas direcionados no tratamento da Sepse visam a redução de mortalidade em 25%, em cinco anos após a implantação”, explica Maia.