Uma pesquisa realizada no final de 2012 pela Organização Nacional de Acreditação/ONA revelou que 73,3% das organizações de saúde que responderam ao questionário optaram por fazer o Diagnóstico Organizacional (DO) antes de passarem pelo processo de acreditação. Algumas instituições relatam que a iniciativa permitiu a identificação de processos não controlados, que não haviam sido observados no dia a dia. Por consequência, antes mesmo da avaliação para o Processo de Acreditação, o DO já foi utilizado como orientação para as correções necessárias ao bom funcionamento dessas organizações.

Conforme a Norma Orientadora 3 do SBA/ONA, Diagnóstico Organizacional é a atividade de avaliação das organizações, serviços e programas da saúde, sem fins de certificação, por meio da aplicação da metodologia do Sistema Brasileiro de Acreditação e do Manual Brasileiro de Acreditação específico. A assessora técnica da ONA, Jaqueline Gonçalves, explica que o serviço é desenvolvido por avaliadores habilitados e qualificados que compõem a equipe da Instituição Acreditadora Credenciada(IAC), que também é responsável pelo processo de acreditação. Mas reforça que é “uma atividade facultativa para a organização, serviço ou programa da saúde, independente do processo de avaliação para a certificação”.

O interesse pelo DO, no entanto, confirma que mesmo sem fins de certificação, a atividade é vista por muitas instituições de saúde como o primeiro passo rumo à qualidade, pois utiliza a metodologia do Sistema Brasileiro de Acreditação e o Manual Brasileiro de Acreditação específico para a atividade analisada. Segundo Péricles da Cruz Góes, que também é assessor técnico da ONA, isso acontece porque o relatório final indica quais as áreas que apresentam ou não conformidade com os padrões definidos pelo SBA/ONA, além de apontar os pontos fortes e onde é possível promover melhorias. “O DO permite a identificação de áreas que necessitam da construção de planos de ação com o estabelecimento de prioridades para alcançar seus objetivos”, resume.

“Para submeter-se ao Diagnóstico Organizacional o primeiro passo é identificar se a organização, serviço ou programa de saúde é elegível ao processo, conforme estabelecido na Norma NO3”, orienta Jaqueline Gonçalves. Depois disso é preciso contatar uma das IACs do SBA/ONA (a relação pode ser consultada no site www.ona.org.br), cadastrar-se no sistema ONA Integrare, para que sejam conferidos os critérios de elegibilidade e agendada a visita da IAC, após o pagamento da taxa da ONA. Terminado o processo, depois de emitido o relatório pela IAC, o avaliado recebe a declaração de Diagnóstico Organizacional da ONA, além de ter o seu nome vinculado no portal da entidade, pelo período de um ano.

A divulgação das organizações que se submetem ao DO, como forma de tornar pública a preocupação dos serviços de saúde com a sua organização, foi adotada no início de 2013, embora esse serviço seja oferecido pela ONA desde a sua fundação, em 1999.

Resultados do Diagnóstico Organizacional

O SBA/ONA já realizou mais de 1.000 diagnósticos organizacionais e, segundo os registros da Organização Nacional de Acreditação, quatorze instituições concluíram oficialmente o processo de Diagnóstico Organizacional no primeiro semestre deste ano. Entre estas estão a Aqualav – Serviços de Higienização, de Poá/SP, a UNIMED Volta Redonda/RJ, a Clínica Paulista de Nefrologia, Diálise e Transplante, de São Paulo/SP e o Hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul, RS.

O presidente da Unimed Volta Redonda, Luiz Paulo Tostes Coimbra, confirma que o objetivo do Diagnóstico Organizacional recém-concluído foi avaliar e preparar o Hospital para acreditação: “Vamos corrigir os nossos pontos fracos e capacitar ainda mais nossos colaboradores para o processo de melhoria continua”.

Segundo ele já foi possível observar uma maior qualidade no atendimento, graças ao processo que considera rigoroso, mas também transparente. “Ficamos bastante satisfeitos e estamos muito empenhados na correção das inconsistências apontadas”, garante o dirigente dessa unidade da UNIMED.

No caso da Clínica Paulista de Nefrologia, Diálise e Transplante Ltda., a responsável pelo Setor da Qualidade, Bety Chen explica que o objetivo ao contratar o Diagnóstico Organizacional foi conhecer o quanto os processos estão alinhados aos padrões da acreditação ONA e o resultado será usado para análise e revisão do que for necessário.

Questionada sobre as melhorias obtidas, ela aponta a conformidade nos itens de segurança, organização e resultados. “Alcançamos novo entendimento e visão de nossos processos; alinhamento da equipe multidisciplinar com os objetivos da clinica; além do crescimento estruturado, baseado no planejamento estratégico”.

A Aqualav – Serviços de Higienização realizou o Diagnóstico Organizacional com o objetivo de conhecer os pontos a serem melhorados e o que é necessário para obter o Selo de Qualificação, através da visão e metodologia utilizada pela ONA para certificar os serviços para a saúde. A ideia, segundo Priscila Cruz, enfermeira da Qualidade é usar o resultado para fortalecer os pontos positivos apontados pelo diagnóstico, formulando um plano de ação para corrigir as não conformidades. “Agindo de forma direta nas não conformidades observamos resultados positivos na organização e a reestruturação de alguns processos, simplificando e melhorando o resultado final”.

Parte desses resultados, a enfermeira atribui ao relatório do Diagnóstico Organizacional elaborado pela equipe de avaliadores, que utilizaram uma linguagem de fácil entendimento. “Além disso, o Diagnóstico identificou as melhorias a serem feitas e os pontos positivos foram reforçados, demonstrando toda a seriedade e qualidade da empresa avaliadora”.

O Hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul/RS, já trabalha com o Modelo de Excelência em Gestão e alguns conceitos ligados à acreditação fazem parte da sua rotina. Mesmo assim, decidiu buscar uma IAC para realizar o diagnóstico organizacional com o objetivo de avaliar suas chances de certificação e fazer um plano de ação para tratar as não conformidades.

“A pedido de nossa direção, as áreas foram orientadas a considerar os apontamentos de diagnóstico em seus planos de ação. Neste segundo semestre, será realizado um acompanhamento para verificar o que já foi implantado”, explica a gerente de RH, Tatiana Schaedler. “O que já se percebe é a disseminação da cultura da segurança e a consolidação do Grupo de Risco e Segurança do Paciente, que, após o diagnóstico, incorporou pessoas de outras áreas, inclusive da qualidade, tornando o grupo multidisciplinar”, conclui.

Relação de organizações e serviços que concluíram oficialmente o Diagnóstico Organizacional em 2013:

– Hospital Adventista de São Paulo/SP

– Ambulatório Médico de Especialidades de Mogi das Cruzes/ Spdm

– Ame Praia Grande – Fundação ABC /SP

– Aqualav – Serviço de Higienização – Poá/SP

– Clínica Paulista de Nefrologia Diálise Transplante Ltda./SP

– Examinar – Aci Serviços Médicos Ltda. Duque de Caxias/RJ

– Hospital Ana Nery – Santa Cruz do Sul/RS

– Hospital Samaritano de Campinas/SP

– Hospital Santa Ignez – Indaiatuba/SP

– Hospital São Marcos – Teresina/PI

– Unimed Leste Paulista – São João da Boa Vista/SP

– Hospital Unimed Volta Redonda/RJ

– Instituto Rubem Berta/Adlm Serviços Médicos Ltda. – São Paulo/SP

– Sanitas Centro de Diagnóstico – Laboratório de Análises Clínicas Sanitas Ltda. Guarulhos/SP

Para acompanhar os processos de Diagnósticos Organizacionais concluídos oficialmente pela metodologia do Sistema Brasileiro de Acreditação – ONA acesse:

https://www.ona.org.br/DiagnosticosOrganizacionais