Os hábitos alimentares estão diretamente ligados à saúde do organismo. A prevenção de doenças é feita, geralmente, por uma junção de fatores como acompanhamento médico, rotina de vida saudável, prática regular de exercícios físicos e uma alimentação balanceada. A hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, é caracterizada pela força com que o sangue circula pelos vasos sanguíneos. Além disso, esta doença pode causar danos às veias, às artérias, ao coração, ao cérebro, olhos e, em um grau mais avançado, pode causar paralisação dos rins. A enfermidade é diagnosticada quando a aferição da pressão arterial apresenta uma relação igual ou maior do que 140 por 90 mmHg (milímetros de mercúrio).
De acordo com o Ministério da Saúde cerca de 90% dos casos de hipertensão é causado por fatores genéticos. O cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, Dr. Wing Harrison Carvalho Lima, relata que além do histórico familiar vários fatores influenciam na alteração dos níveis da pressão arterial. “O tabagismo, a ingestão de bebidas alcoólicas, a obesidade, o estresse, o consumo exagerado de sal, o consumo de antiinflamatórios e o sedentarismo são fatores de risco para o desenvolvimento da doença”. Dados revelam que a causa de 75% dos homens e 65% das mulheres hipertensas está diretamente atribuída ao sobrepeso e à obesidade. Indivíduos sedentários apresentam um risco maior, chegando a 30%, de desenvolver hipertensão do que as pessoas que praticam atividades físicas.
Para auxiliar no controle e prevenção da hipertensão, foi desenvolvida a Dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension). A dieta surgiu por meio de uma pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos e publicada na revista New England Journal of Medicine. Para o cardiologista, a dieta é baseada pela redução do consumo de sódio (sal), gorduras, sendo elas saturadas e insaturadas, colesterol, leite e seus derivados. “O objetivo da dieta não é a perda de peso e sim auxiliar no controle da pressão arterial e na prevenção de doenças cardiovasculares, por meio da diminuição do consumo de substâncias de risco, como o sal, derivados de leite, embutidos e as gorduras saturadas que elevam o colesterol do sangue”, relatava o especialista.
A dieta também propõe a redução de carnes vermelhas do cardápio, que podem ser substituídas pelas carnes brancas. “A gordura das carnes vermelhas é saturada e aumenta o colesterol do sangue e os riscos de acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos. Tudo isso pode causar problemas cardiocirculatórios e dificultar o controle da pressão arterial”, explica Dr. Wing. O uso de castanhas e azeite de oliva é outra sugestão que apresentou resultados positivos na pesquisa sobre a dieta DASH. As oleaginosas como nozes, castanha do Pará, castanha de caju, amêndoas e macadâmia contêm gorduras com efeito benéfico para o organismo, pois auxiliam na redução do colesterol “ruim” (LDL) e colaboram na produção do colesterol “bom” (HDL).
Para a nutricionista do Hospital Santa Luzia, Priscilla Cseke, a retirada total de um tipo de alimento não deve ser feita sem uma indicação profissional. “A dieta DASH reduz o consumo de carne vermelha, mas é aconselhado o consumo de partes menos gordurosas ao menos duas vezes por semana, para suprir a quantidade de ferro necessária ao organismo”. A dieta é composta por uma variedade de opções como, frutas, verduras, alimentos ricos em fibras e que contenham pouca quantidade de sódio e gorduras saturas. Os especialistas alertam para a importância da atividade física, a fim de controlar os índices do organismo como, colesterol, glicemia e pressão arterial. “Toda dieta deve ser orientada por um nutricionista, para que sejam indicadas as quantidades e quais alimentos são mais eficientes para cada caso. Deve-se levar em consideração o corpo e o objetivo que se quer alcançar”, conclui Priscilla.