Os 18 mil laboratórios de análises clínicas do Brasil passarão a usar os parâmetros da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC – em todos os laudos sobre os perfis lipídicos, isto é, o nível de gorduras, de colesterol e suas frações, que foram atualizados pela V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.
O documento que torna uniformes em todo o território nacional os limites recomendados foi assinado esta semana numa reunião inédita na SBC de São Paulo, da qual participaram o presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC, Hermes Toros Xavier, o presidente da Sociedade Brasileira de Análises clínicas, Irineu Grinberg, o presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, Paulo Sergio Roffé Azevedo e dois representantes da Associação Brasileira de Biomedicina, Silvio José Cecchio e Rafael Padovani.
PROBLEMA FAMILIAR
Após a assinatura do documento, o cardiologista Hermes Toros Xavier disse que em 90 dias todos os laboratórios brasileiros estarão emitindo os laudos com os novos parâmetros e, novidade importante, em casos de suspeita de hipercolesterolemia familiar, o laudo terá um alerta.
Nesses casos, disse o médico, o perfil genético da família faz com que a maioria dos seus membros tenha colesterol elevado naturalmente, havendo necessidade de uma pesquisa de pai, mãe, irmãos e parentes próximos que, a critério médico, deverão receber tratamento para debelar este fator de risco cardíaco.
A incidência de hipercolesterolemia familiar é de 1 caso para 400 pessoas, e o problema afeta cerca de 360 mil brasileiros, a imensa maioria dos quais ainda não diagnosticada.
OS NOVOS LIMITES
De acordo com os mais recentes estudos internacionais e a Diretriz da SBC, para adultos maiores de 20 anos o colesterol total não deve ultrapassar 239 miligramas por decilitro e o LDL, conhecido como ‘mau colesterol’ deve ser no máximo de 159 mg/dL.
A Diretriz inclui também os valores para os jovens entre 2 e 19 anos, já que recentes evidências científicas comprovaram que também nessa faixa etária é importante manter o colesterol dentro dos limites preconizados e, num jovem um índice de 230 mg/dL de colesterol total é considerado como indicativo de possível hipercolesterolemia familiar.