De acordo com estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), cerca 1% dos brasileiros sofre com artrite reumatoide, o que equivale a 1,8 milhões de pessoas diagnosticadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2% da população, no mundo, tenha a doença. Caracterizada por uma inflamação nas articulações, a doença não tem causa definida e pode desencadear uma série de problemas, como o atrofiamento dos membros, principalmente pés e mãos.
O reumatologista do Hospital Santa Luzia, em Brasília, Dr. David Pedrosa, explica que a doença é desencadeada por uma reação do sistema imunológico contra as articulações do corpo. “O próprio corpo ataca as articulações, causando a inflamação. Os primeiros sinais são dor e rigidez nas mãos e nos pés, principalmente, no período da manhã”, comenta. O médico ressalta que este incômodo deve persistir por pelo menos seis semanas. “A dor aliada ao inchaço e à vermelhidão são características da artrite reumatoide. O paciente deve procurar um especialista caso estes sinais sejam contínuos”, alerta Dr. David.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) destaca que a doença tem maior incidência entre 30 anos e 40 anos. Além disso, afeta duas vezes mais mulheres do que homens. A medicina ainda não identificou um fator determinante para o desenvolvimento da patologia, mais alguns fatores são considerados de risco. “Algumas pesquisas indicam que a doença pode ser genética entre familiares de primeiro grau. Ou seja, se o pai foi diagnosticado com a doença, há chances de o filho ter também. Mas nada muito concreto”, esclarece Dr. David. Ele acrescenta que o cigarro é o maior vilão da patologia, pois ele gera um processo bioquímico que acarreta o ataque inflamatório do sistema imunológico.
Tratamento
O tratamento da doença é contínuo, visto que ainda não foi descoberta uma cura para a artrite reumatoide. “Novas tecnologias desenvolveram medicações injetáveis, para a remissão da doença, reprimindo o processo de degeneração das articulações e minimizando os sintomas”, explica o reumatologista.
Pacientes que são diagnosticados precocemente e iniciam o tratamento apresentam resultados de aproximadamente 80% de minimização dos sintomas. “Por ser uma doença agressiva e sem cura, o paciente que sentir os sintomas deve procurar um especialista imediatamente, para controlar a inflamação e evitar mais danos à saúde”, ressalta Dr. David.
Para otimizar o tratamento, o Ministério da Saúde incorporou os medicamentos de combate à enfermidade no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da inclusão desses remédios na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais especializados (Rename). Ou seja, as medicações passaram a fazer parte do tratamento da Artrite Reumatoide, sendo distribuídas gratuitamente no Sistema Único de Saúde.