Quem gosta de narguilé e acha que o cachimbo de origem árabe não acarreta problemas para a saúde, pode redobrar a atenção: uma sessão, com uso médio de duas horas por seis pessoas, equivale a mais de 100 cigarros. O alerta é do pneumologista Carlos Alberto Viegas, que atua no Hospital Anchieta, localizado no Distrito Federal.

Os efeitos são de alto impacto. A combinação do aroma com o carvão utilizado para aquecer o tabaco aumenta o contato com a nicotina que, por sua vez, desencadeia o cromo e o chumbo – elementos tóxicos de difícil eliminação pelo organismo. Além disso, o narguilé produz 400 vezes mais monóxido de carbono que o cigarro.

Dr. Viegas explica que a situação fica ainda mais grave quando os usuários associam maconha ao fumo ou quando substituem a água por bebidas destiladas – hábitos já observados entre os jovens. “Há, ainda, fatores que ligam o uso do narguilé a doenças contagiosas. Temos indícios de que pessoas que utilizaram o mesmo bocal possam ter sido infectadas por herpes, tuberculose e hepatite C”, alerta o especialista.

“Já sabemos que 80% dos fumantes de cigarros tornam-se dependentes antes dos 20 anos. O narguilé pode estabelecer a relação dos jovens com o fumo e reforçar esse quadro”, reflete Dr. Carlos Alberto Viegas.