Medicamento já é usado para essa nova indicação nos EUA e na Europa

O anticoagulante oral Eliquis (apixabana) acaba de receber aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para prevenção de acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes adultos com fibrilação atrial (FA) não valvular. Esta é a segunda e principal indicação do medicamento, que já está sendo comercializado para esta finalidade em vários países. No Brasil e no mundo, Eliquis já é utilizado para evitar tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes submetidos à cirurgia de artroplastia total de joelho e quadril (primeira indicação).

A nova indicação de Eliquis responde a uma necessidade importante de prevenção do AVC. Isso porque dados médicos indicam que pacientes acometidos por FA, uma arritmia cardíaca, possuem risco cinco vezes maior de ter um AVC (derrame). Estima-se que, a cada ano, 15 milhões de pessoas sofram AVC no mundo; 6 milhões desses pacientes chegam ao óbito.

A aprovação da nova indicação de Eliquis foi apoiada pelos dados do estudo clínico fase III ARISTOTLE, comprovando que a apixabana é o único anticoagulante superior ao tratamento convencional com varfarina na prevenção de AVC, na diminuição do sangramento e, principalmente, na redução da mortalidade. Em outro estudo (AVERROES), que comparou Eliquis à aspirina, os resultados apontaram que a apixabana é superior ao ácido acetilsalicílico na prevenção de AVC. Além disso, os dois medicamentos apresentaram nível similar de segurança com relação ao risco de sangramento. Os estudos avaliaram, juntos, aproximadamente 24 mil pacientes com fibrilação atrial.

Fruto de uma parceria entre os laboratórios Bristol-Myers Squibb e Pfizer, Eliquis faz parte de uma nova classe terapêutica de inibidores orais diretos do fator de coagulação sanguínea denominado fator Xa.

O que é Fibrilação Atrial?

Na FA, os sinais elétricos que se originam nas duas câmaras superiores do coração (átrios) estão desorganizados e o coração se contrai de uma forma rápida e irregular. O sangue situado no interior dos átrios não é bombeado completamente para os ventrículos e, neste caso, as câmaras superiores e inferiores do coração não trabalham de uma forma harmônica como ocorre numa situação normal. A FA é um importante fator de risco para o acidente vascular cerebral (AVC), já que pode ocorrer a formação de coágulos no interior dos átrios e, devido à contração cardíaca, eles podem migrar do coração para o cérebro.