Dormência nos braços, pernas ou outra parte do corpo com duração maior que 24 horas, perda da visão em um dos olhos ou visão dupla, tonteiras com maior dificuldade em manter o equilíbrio e distúrbios urinários estão entre os principais sinais e sintomas da Esclerose Múltipla. A doença autoimune e crônica, que se manifesta principalmente em adultos jovens – entre 20 e 40 anos – acomete o sistema nervoso central e pode trazer grande impacto a médio e longo prazo na vida dos pacientes diante da demora da confirmação do diagnóstico.
Dr. Eber Castro Corrêa, Neurologista, orientador médico da SEMBRA (Sociedade de Esclerose Múltipla de Brasília) e integrante do Corpo Técnico da FEBRAPEM (Federação Brasileira de Associações Civis de Portadores de Esclerose Múltipla), explica que os sintomas aparecem em surtos. “Estes podem durar até três semanas e melhorar espontaneamente“.
Segundo ele, a confirmação do diagnóstico torna-se um desafio, uma vez que o especialista que acompanhar o processo precisa ter amplo conhecimento da doença. “O diagnóstico pode ser rápido ou, como na maioria das vezes, ser adiado por meses ou anos. Depende das condições de estrutura do local do atendimento e, principalmente, da formação do médico para poder diagnosticar se aquele sintoma significa um surto de EM ou não.
Tratamento e acompanhamento multidisciplinar
A Esclerose Múltipla é uma doença desmielinizante, autoimune, que afeta o sistema nervoso central e, desencadeada pela combinação de fatores genéticos e ambientais, compromete a bainha de mielina – camada composta de lipídios que envolve os neurônios. Como consequência, causa lesões motoras, sensitivas e/ou cognitivas. A bainha de mielina funciona como uma proteção aos axônios – prolongamento dos neurônios – por onde são transportados os impulsos elétricos que permitem os movimentos e as sensações de temperatura, tato, olfato, etc. Sem a bainha de mielina, os axônios ficam como ‘fios desencapados’, prejudicando a transmissão desses impulsos à regiões afetadas.
Embora não tenha cura, a adesão ao tratamento proporciona maior controle sobre os surtos e permite ao paciente melhor qualidade de vida. “O tratamento feito já há muitos anos é considerado relativamente seguro e parcialmente eficaz na prevenção dos surtos durante a fase inflamatória da doença. A pesquisa de novas drogas para conter a progressão da doença que é a fase degenerativa, trazendo por vezes sequelas incapacitantes, é o grande desafio dos cientistas em todo o mundo“, explica Dr. Eber.
Além do tratamento com o uso de medicações específicas, o Dr. Eber acrescenta que para a terapêutica tornar-se mais eficaz é de suma importância o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar. “A atuação de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiras e psicólogos tem importância fundamental na aderência ao tratamento e melhor qualidade de vida dos nossos pacientes“.
Segundo Dr. Eber, em Brasília existem aproximadamente 300 pacientes. No entanto, a incidência média de EM no Brasil é de 15 pacientes para cada 100 mil habitantes, o que caracteriza cerca de 30 mil pacientes com Esclerose Múltipla no País.
“Em Brasília temos pacientes morando no plano piloto e nas cidades satélites. No plano piloto está concentrada a grande maioria dos neurologistas especialistas no diagnóstico e tratamento da EM. Portanto, há dificuldades para pacientes que moram em cidades satélites, seja no acompanhamento médico, retirada da medicação na farmácia de alto custo e, sobretudo, no controle do tratamento. O acesso dos pacientes mais carentes a exames de imagem na rede pública é precaríssimo. Uma ressonância de crânio chega a levar um ano para ser feita e necessitamos de prioridade a estes pacientes no atendimento em hospitais públicos, principalmente na suspeita de surtos“, alerta o neurologista.
Mesmo com dificuldades e desafios, Dr. Eber tem visão positiva sobre a doença. “Neste Dia Nacional de Conscientização, a mensagem que passo aos pacientes é de um grande otimismo quanto ao futuro do tratamento da EM. Inúmeras pesquisas estão em andamento visando descobrir agentes que darão maior proteção contra o surto e também promover a recuperação da incapacidade“.
A Merck
A Merck é a mais antiga indústria farmacêutica e química do mundo. A companhia une essa tradição com a busca constante por inovações nos segmentos em que atua. Com forte presença global, a Merck, fundada na Alemanha há mais de 340 anos, hoje está presente em 67 países e distribui seus produtos em mais de 150. A empresa possui visão de longo prazo e prioriza a pesquisa e o desenvolvimento de inovações nas indústrias farmacêutica e química.
Desde 1995, a empresa possui cerca de 30% do seu capital total cotado na Frankfurt Stock Exchange. Os demais 70% pertencem à família Merck, descendente do fundador. Atualmente, a empresa conta com cerca de 40 mil colaboradores distribuídos por 67 países. A receita total do grupo em 2011 cresceu 11%, ultrapassando os € 10 bilhões. No quarto trimestre de 2011, com um total de € 2.6 bilhões da receita, obteve crescimento de 3,1% em relação ao mesmo período de 2010.
A Merck atua no Brasil desde 1923 e é uma das dez maiores indústrias farmacêuticas do país, de acordo com o IMS Health. Sua sede é no Rio de Janeiro, onde fica também a fábrica de medicamentos. A área Química está localizada na capital paulista e conta com uma planta em Barueri e um depósito em Cotia, na Grande São Paulo. No Brasil, a empresa tem cerca de 1.100 funcionários.
A Merck trabalha em duas frentes, farmacêutica e química, e busca o equilíbrio nesses negócios. A área farmacêutica é composta pelas divisões Merck Serono – de medicamentos de prescrição e Genéricos – e Produtos de Consumo (Consumer HealthCare). Já a Química compreende as divisões Merck Millipore, com portfólio completo de soluções para análises em laboratórios de pesquisa ou controle de qualidade em indústrias ou instituições de saúde; e Performance Materials, com pigmentos industriais, ativos e pigmentos cosméticos oferecidos para diversos segmentos, como o de cosméticos, automotivo e de tintas especiais.
A Merck conta com um Programa de Responsabilidade Social Corporativa que tem como princípio o compromisso com os funcionários, com a sociedade e com o meio ambiente. O objetivo é contribuir tanto com a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários – através de uma série de iniciativas e programas específicos – como proporcionar a inclusão de pessoas com deficiência e crianças e jovens em risco social. Dessa forma, a Merck colabora a partir do apoio a projetos e ações que valorizam a cultura e a cidadania.