Na semana em que se comemora o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla (EM), em 30/08, a motivação principal de médicos e especialistas é levar à população informações sobre uma doença que atinge especialmente adultos jovens e que, embora seja crônica e incapacitante a médio e longo prazo, pode ser controlada a partir de diagnóstico e adesão ao tratamento.
A Esclerose Múltipla é uma doença desmielinizante, autoimune, que afeta o sistema nervoso central e, desencadeada pela combinação de fatores genéticos e ambientais, compromete a bainha de mielina – camada composta de lipídios que envolve os neurônios. Como consequências, causa lesões motoras, sensitivas e/ou cognitivas. A bainha de mielina funciona como uma proteção aos axônios – prolongamento dos neurônios – por onde são transportados os impulsos elétricos que permitem os movimentos e as sensações de temperatura, tato, olfato, etc. Sem a bainha de mielina, os axônios ficam como ‘fios desencapados’, prejudicando a transmissão desses impulsos à regiões afetadas.
“Os sinais e sintomas presentes na EM são variáveis e traduzem as áreas do encefalo e medula acometidas pelas lesões. Os mais comuns são distúrbios da sensibilidade, seja num único membro – como um braço ou uma perna, seja dimidiado – nos membros de um mesmo lado do corpo, ou também do nível do tronco para baixo“, explica a Dra. Cláudia Vasconcelos, Neurologista do Centro de Referência para Esclerose Múltipla do Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro, e pesquisadora sobre a progressão da EM.
Sintomas visuais também são comuns, como diminuição da acuidade visual (embaçamento), alterações do campo visual, diminuição da força em um dos membros, que podem caracterizar, por exemplo, dificuldade para andar, manter o equilíbrio e falta de coordenação para caminhar.
No Brasil, existem diversos centros especializados para diagnóstico, tratamento e pesquisa sobre a Esclerose Múltipla. No Rio de Janeiro, especificamente, há seis centros de referência, todos com médicos especializados em doenças desmielinizantes como a esclerose múltipla.
“Embora não haja número absoluto de pacientes no País, sabemos que a prevalência da doença em São Paulo foi estimada em 15 casos a cada 100.000 habitantes. No Centro de Referência do Hospital da Lagoa para atendimento da EM, a coordenadora Profª Dra. Regina Alvarenga fez um levantamento de 800 casos atendidos e acompanhados desde 1990“, contextualiza Dra. Cláudia.
Do diagnóstico ao tratamento
O tempo continua sendo o maior aliado para o controle da progressão da doença. Como os sintomas podem variar de tempos em tempos, o diagnóstico pode ser indentificado quando a doença já apresenta importante estágio de evolução. Mas o cenário tem se apresentado mais promissor para tratamento e acompanhamento da EM.
“Se olharmos para atrás, há no mínimo 20 anos, não havia medicação específica que fosse capaz de reduzir a taxa de recorrência dos sintomas e a doença evoluia sem prevenção de novos surtos, já que o tratamento era feito nas ocasiões de excerbação da doença. Não tinha como reduzir a taxa de progressão inexorável da doença, que é bem variável entre os indivíduos acometidos, ou seja, a velocidade e forma como a doença progride é variável em cada paciente. A partir de meados da década de 1990 medicamentos capazes de intervir na resposta imunológica foram introduzidos, e estes têm se mostrado capazes de forma ainda discreta de alterar a evolução inicial da doença, reduzindo nos primeiros anos o número de novas lesões e, consequentemente, o número de surtos“, descreve Dra. Cláudia.
Ela explica que o tratamento da EM deve ser individualizado, levando em consideração as características iniciais da doença e intensidade dos sintomas, intervalo das exacerbações, evolução clínica, quantidade de lesões inflamatórias presentes desde o diagnóstico, e ocorrência de novas lesões. Além disso, a Dra. ressalta a importância do acompanhamento multidisciplinar, já que as manifestações neurológicas geram consequências físicas, psicológicas e clínicas.
“Não tem como cuidar só do cérebro e da medula sem se importar com a coluna vertebral, com os músculos, com as articulações, com o trato urinário, pulmões, e por fim com os aspectos psicológicos de um paciente jovem que precisa se adaptar a uma nova realidade. O paciente necessita, além do neurologista que conhece bem as peculiaridades da doença, de apoio fisioterápico – para adaptação da marcha, postura, fortalecimento muscular; fonoaudiológico, para possíveis prejuízos fonatórios e da deglutição; urológico, no que se refere às infecções recorrentes devido a disfunção vesical; e psicológico, para enfrentar os desafios e riscos de uma possível incapacidade física“, detalha a especialista.
Diante dessa constatação, Dra. Cláudia acredita que a principal mensagem para celebrar o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla é o reconhecimento por parte tanto da população quanto dos médicos não neurologistas de que o “tempo” é fundamental para o diagnóstico e início de um tratamento que pode reduzir a morbidade da doença.
“Em caso de suspeita de esclerose múltipla, procure um neurologista, peça esclarecimento e não se negue a investigar. Se você realmente tiver EM procure um centro de referência, a associação de pacientes, tire as suas dúvidas e encare o desafio“, adverte.
A Merck
A Merck é a mais antiga indústria farmacêutica e química do mundo. A companhia une essa tradição com a busca constante por inovações nos segmentos em que atua. Com forte presença global, a Merck, fundada na Alemanha há mais de 340 anos, hoje está presente em 67 países e distribui seus produtos em mais de 150. A empresa possui visão de longo prazo e prioriza a pesquisa e o desenvolvimento de inovações nas indústrias farmacêutica e química.
Desde 1995, a empresa possui cerca de 30% do seu capital total cotado na Frankfurt Stock Exchange. Os demais 70% pertencem à família Merck, descendente do fundador. Atualmente, a empresa conta com cerca de 40 mil colaboradores distribuídos por 67 países. A receita total do grupo em 2011 cresceu 11%, ultrapassando os € 10 bilhões. No quarto trimestre de 2011, com um total de € 2.6 bilhões da receita, obteve crescimento de 3,1% em relação ao mesmo período de 2010.
A Merck atua no Brasil desde 1923 e é uma das dez maiores indústrias farmacêuticas do país, de acordo com o IMS Health. Sua sede é no Rio de Janeiro, onde fica também a fábrica de medicamentos. A área Química está localizada na capital paulista e conta com uma planta em Barueri e um depósito em Cotia, na Grande São Paulo. No Brasil, a empresa tem cerca de 1.100 funcionários.
A Merck trabalha em duas frentes, farmacêutica e química, e busca o equilíbrio nesses negócios. A área farmacêutica é composta pelas divisões Merck Serono – de medicamentos de prescrição e Genéricos – e Produtos de Consumo (Consumer HealthCare). Já a Química compreende as divisões Merck Millipore, com portfólio completo de soluções para análises em laboratórios de pesquisa ou controle de qualidade em indústrias ou instituições de saúde; e Performance Materials, com pigmentos industriais, ativos e pigmentos cosméticos oferecidos para diversos segmentos, como o de cosméticos, automotivo e de tintas especiais.
A Merck conta com um Programa de Responsabilidade Social Corporativa que tem como princípio o compromisso com os funcionários, com a sociedade e com o meio ambiente. O objetivo é contribuir tanto com a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários – através de uma série de iniciativas e programas específicos – como proporcionar a inclusão de pessoas com deficiência e crianças e jovens em risco social. Dessa forma, a Merck colabora a partir do apoio a projetos e ações que valorizam a cultura e a cidadania.