Maior causa de mortalidade no Brasil e no mundo, o câncer de pulmão foi um dos temas que mais chamou a atenção dos participantes do II Simpósio Internacional Oncoclínicas do Brasil, evento que ocorreu sábado passado, 21 de setembro, em São Paulo, e reuniu 500 médicos de diversos estados, além de palestrantes de renome internacional. Durante o encontro, os especialistas debateram a importância de se rastrear a população com alto risco para desenvolver a doença. “O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento da doença. Por isso, a classe médica já começa a indicar tomografias computadorizadas de baixa dosagem (TCBD) para detectar esse tipo de câncer”, diz Gilberto Lopes, especialista no assunto e diretor científico da Oncoclínicas em São Paulo.

De acordo com o médico, o estudo norte-americano que mapeou a população daquele país e foi apresentado durante o evento é perfeitamente aplicável à realidade brasileira. “Temos características de população muito semelhantes. A TCBD é o exame mais indicado para os pacientes entre 55 a 74 anos, que fumaram pelo menos um maço por dia ao longo de 30 anos. O câncer de pulmão é uma doença silenciosa e descoberta normalmente em estágio muito avançado. A TCBD, como método de rastreamento, possibilita uma redução significativa da mortalidade por câncer de pulmão”, explica o oncologista.

As maiores barreiras, porém, são o desconhecimento e a resistência do paciente para realizar o exame. No Brasil, algumas instituições hospitalares e clínicas de oncologia já oferecem o serviço. O Sistema Único de Saúde (SUS) em parceria com o Ministério da Saúde, uma universidade federal e um hospital particular de S. Paulo também está realizando o exame, sem custo, para voluntários que preenchem os requisitos. “Sem dúvidas, a TCBD é uma grande aliada na identificação de possíveis doenças provocadas pelo tabagismo, antes mesmo da manifestação dos sintomas. E a sua baixa dosagem de radiação permite ao paciente repetir o exame frequentemente para o acompanhamento de alguma alteração já identificada no pulmão”, revela o médico.

Quem pode fazer a TCBD

 Pacientes entre 55 anos e 74 anos de idade que têm o hábito de fumar um maço de cigarros por dia nos últimos 30 anos.

 Ex-fumantes que pararam de fumar há pelo menos 15 anos, também com idade entre 55 e 74 anos.