e acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em cada mil nascidos vivos cerca de oito a dez bebês podem apresentar cardiopatias congênitas. Deste total, duas crianças têm a possibilidade de desenvolver cardiopatias graves.
Durante a gestação, vários exames, como ultrassonografia morfológica e ecocardiograma fetal, são utilizados para detectar precocemente doenças cardíacas no feto. “Esses testes rastreiam doenças referentes à formação cardíaca da criança, além de avaliar com detalhes as anormalidades estruturais e a função do coração”, explica Dra. Ana Marily Soriano, neonatologista e pediatra do Hospital Santa Luzia, em Brasília.
A médica lembra que após o nascimento do bebê, nas primeiras 48 horas de vida, é de extrema importância realizar o teste do coraçãozinho. “As mamães não precisam ficar preocupadas. O teste não utiliza agulhas. Ele é realizado pelo oxímetro, uma pulseirinha colocada no braço e na perna do bebê. O sensor da pulseira mede o nível de oxigenação sanguínea nos membros superiores e inferiores da criança, por meio de uma luz infravermelha”, esclarece Dra. Ana Marily.
Ela acrescenta que a baixa saturação ou uma diferença entre os membros inferiores e superiores são resultados alterados e podem significar uma má formação do coração. “O estreitamento da aorta, vaso que libera o sangue para todo o corpo, proporciona uma oxigenação deficiente nos membros inferiores, causando uma diferença significativa de oxigenação entre o tórax e as pernas do bebê”, completa.
O diagnóstico precoce das doenças cardíacas garante um tratamento mais eficaz, além de gerar menos estresse ao bebê. Por isso, a grande importância do teste do coraçãozinho, que é simples, rápido e pode identificar patologias que não apresentam sintomas visíveis. “O recém-nascido com problemas cardíacos pode apresentar roxidão nos lábios, cansaço ao amamentar, sudorese na cabeça, sopro cardíaco e distúrbio no ritmo. Porém, algumas patologias não apresentam esses sintomas”, finaliza.