O medicamento apresenta ganhos significativos para pacientes com esclerose múltipla, em relação ao comparador ativo (interferon beta-1a)

A Genzyme, uma empresa Sanofi, divulgou os resultados dos estudos fundamentais CARE-MS I e CARE-MS II do LemtradaTM (alemtuzumab), sua terapia intravenosa em investigação para tratamento contra a esclerose múltipla (EM) remitente-recorrente, na edição online da The Lancet. Nos dois estudos, o LemtradaTM foi significativamente mais eficaz na redução das taxas de recidivas anuais do que o interferon beta-1a e mais pacientes ficaram livres de recidivas em dois anos.

Nos dois ensaios, o LemtradaTM foi administrado intravenosamente num total de oito vezes durante o curso do estudo de dois anos. O primeiro curso do tratamento com LemtradaTM foi administrado em cinco dias consecutivos, e o segundo curso foi administrado em três dias consecutivos, 12 meses depois. Já o comparador ativo foi administrado por injeção subcutânea três vezes por semana, a cada semana, ao longo dos dois anos do estudo.

O LemtradaTM foi significativamente superior ao interferon beta-1a na redução de recidivas nos dois estudos. No CARE-MS I, quase 78% dos pacientes tratados com LemtradaTM permaneceram livres de recidivas por dois anos, oferecendo melhora estatisticamente significativa em relação ao comparador ativo, 77,6% contra 58,7%.

No CARE-MS II, 65% dos pacientes tratados com LemtradaTM ficaram livres de recidivas em dois anos, em comparação a 47% com o interferon beta-1a. Além disso, no CARE-MS II, o LemtradaTM reduziu mais a taxa de recidiva do que o comparador ativo em todos os subgrupos definidos pela terapia anterior, incluindo: com ou sem terapia com interferon, e aqueles tratados anteriormente com o interferon beta-1a ou com a injeção de acetato de glatirâmer.

“Existe uma grande necessidade não atendida de tratamentos voltados à progressão da incapacidade que pessoas com esclerose múltipla podem apresentar,” afirmou o presidente e CEO da Genzyme, David Meeker. “A Genzyme estabeleceu um novo padrão ao comparar o LemtradaTM com um tratamento aprovado em todos os estudos.”

Os dados do estudo também mostraram um importante benefício clínico ao reduzir o risco de acumulação sustentada de incapacidade em pacientes administrando LemtradaTM no CARE-MS ll em 42% em comparação ao interferon beta-1a, com melhora significativa nos graus de incapacidade, que sugeriu uma reversão de incapacidade pré-existente em alguns pacientes. No ensaio, o grau médio de incapacidade de pacientes tratados com LemtradaTM diminuiu durante um período de dois anos, indicando redução em sua incapacidade física, ao passo que o grau médio dos pacientes que receberam comparador ativo aumentou, indicando agravamento da incapacidade.

Além disso, no estudo CARE-MS II, a acumulação de incapacidade foi significativamente reduzida em pacientes que receberam LemtradaTM, em comparação aos medicados com o interferon beta-1a. Adicionalmente, pacientes tratados com LemtradaTM ficaram significativamente mais propensos a apresentar melhoras nos graus de incapacidade do que aqueles tratados com comparador ativo, sugerindo uma reversão da incapacidade em alguns pacientes.

“A eficácia observada nos estudos clínicos atuais e anteriores indica o potencial, após a aprovação regulatória, para o alemtuzumab se tornar uma terapia transformadora entre as diversas opções de tratamento de EM atualmente disponíveis”, afirmou o professor Alastair Compston, presidente do Comitê de Direção que supervisiona a realização do estudo, autor sênior de ambos os manuscritos e professor de Neurologia na University of Cambridge, UK.

Sobre CARE-MS I e CARE-MS II

Os estudos CARE-MS I e CARE-MS II, realizados em relação ao interferon beta-1a, tinham como objetivo comprovar se o LemtradaTM poderia alcançar eficácia significativa e melhorias na segurança em relação ao comparador ativo aprovado, tratamento padrão para EM remitente-recorrente.

O estudo CARE-MS I avaliou 581 pacientes sem tratamento anterior de EM, com exceção de esteroides. O estudo CARE-MS II avaliou 840 pacientes que apresentaram pelo menos uma recidiva ocorrida durante a terapia para EM, incluindo terapias injetáveis-padrão modificadoras da doença.

Resultados de segurança

Os resultados de segurança foram consistentes nos dois estudos. Os eventos adversos mais comuns associados ao LemtradaTM foram reações associadas à infusão, mais comumente cefaleia, exantema, pirexia, náusea e urticária. Infecções foram comuns nos dois grupos. As infecções mais comuns no tratamento com LemtradaTM incluíram nasofaringite, infecção do trato respiratório superior e do trato urinário, infecções virais por herpes, sinusite e gripe. A maior parte das reações associadas à infusão e infecções apresentou gravidade leve a moderada e respondeu aos tratamentos padrão.

Tanto no CARE-MS I quanto no CARE-MS II, a incidência de eventos adversos graves foi similar entre os dois braços do tratamento. Conforme relatado anteriormente, distúrbios autoimunes foram mais comuns em pacientes tratados com LemtradaTM, principalmente a doença autoimune da tireoide. Aproximadamente 1% dos pacientes tratados com LemtradaTM em cada estudo desenvolveu trombocitopenia imune (PTI) durante o período de dois anos do estudo. Não houve nenhum caso de doença anti-MBG relatado durante o período do estudo, com um caso de glomerulonefrite durante o período de acompanhamento, conforme relatado anteriormente. A porcentagem de pacientes tratados com LemtradaTM que relataram ter neoplasmas malignos foi menor que 1%. O perfil de segurança geral foi similar para os grupos de LemtradaTM 12 mg e 24 mg.

Nos dois ensaios, os distúrbios autoimunes foram detectados precocemente por meio de um programa de monitoramento, sendo controlados com terapias convencionais. O monitoramento de distúrbios autoimunes em pacientes foi incorporado em todos os ensaios do LemtradaTM patrocinados pela Genzyme para o tratamento em investigação da esclerose múltipla.

Uma vez que ainda não foi aprovado para o tratamento de EM, o LemtradaTM não deve ser utilizado em pacientes com EM fora de um ensaio clínico regulado e formal, que define quais medidas adequadas de monitoramento do paciente são implementadas.

Sobre o LemtradaTM (alemtuzumab)

LemtradaTM é um anticorpo monoclonal que atua seletivamente contra CD52, uma proteína abundante nas células T e B. O tratamento com LemtradaTM resulta na depleção das células T e B circulantes consideradas responsáveis pelo processo inflamatório prejudicial na esclerose múltipla e tem mínimo impacto nas outras células imunológicas. O efeito anti-inflamatório agudo do LemtradaTM é imediatamente seguido pelo início de um padrão distinto de repopulação das células T e B, que continua ao longo do tempo, reequilibrando o sistema imunológico de maneira a reduzir de forma potencial a atividade da EM.

A Genzyme detém os direitos mundiais do LemtradaTM e tem principal responsabilidade por seu desenvolvimento e comercialização em esclerose múltipla. A Bayer HealthCare retém uma opção para copromover o LemtradaTM em esclerose múltipla. A Bayer HealthCare notificou a Genzyme sobre sua intenção de copromoção segundo essa opção. Mediante aprovação regulatória e comercialização, a Bayer receberá pagamentos contingentes com base na receita de vendas.

Sobre a Genzyme

Uma das maiores companhias de biotecnologia no mundo, a Genzyme está comprometida em buscar soluções para melhorar a vida das pessoas com necessidades médicas raras ou especiais. A empresa está presente em 100 países e emprega cerca de 10 mil funcionários. Desde fevereiro de 2011 é uma empresa Sanofi, com foco no desenvolvimento e na comercialização de produtos na área de doenças raras, câncer de tireoide e esclerose múltipla.

Sobre a Sanofi

A Sanofi, líder global e diversificado em saúde, descobre, desenvolve e oferece soluções terapêuticas com foco nas necessidades dos pacientes. A Sanofi tem pontos fortes centrais nas áreas de cuidado da saúde com sete plataformas de crescimento: soluções em diabetes, vacinas humanas, medicamentos inovadores, consumer healthcare, mercados emergentes, saúde animal e a nova Genzyme. A Sanofi está cotada na Bolsa de Paris e de Nova York.