O Hospital Santa Isabel, que pertence ao complexo hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, promoveu, no dia 29 de novembro, uma palestra sobre HPV (Papilomavirus Humano), com o urologista, professor assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenador do Núcleo de Programas Estratégicos da Secretaria de Saúde de São Paulo, Júlio José Máximo de Carvalho.
Para o diretor administrativo do HSI, Laércio Martins, o tema foi muito bem escolhido. “O HPV precisa ser discutido sempre. Primeiro porque é um problema de saúde pública muito importante, devido a imensa quantidade de indivíduos que estão em risco. Segundo porque é um assunto cercado de tabus, que precisa ser abordado com mais frequência. É um prazer proporcionar uma palestra tão enriquecedora para nosso corpo clínico e levarmos esse aprendizado para o público leigo”, comentou Martins.
Segundo o palestrante, 95% dos cânceres de colo do útero e 50% dos cânceres no pênis estão relacionados ao HPV. O urologista alertou para um aumento da incidência de câncer no ânus, também relacionado ao vírus. “Atualmente, entre 60 e 80% dos tumores nessa região estão associadas ao HPV”, disse Carvalho.
O professor explicou quais são as formas de contágio do vírus e como diagnosticá-lo. Existem mais de 200 tipos de HPV identificados e cerca de 30 deles acometem a região genital. Eles são divididos em alto risco, moderado e de baixo risco. “O vírus de alto risco é o que tem mais chance de provocar o tumor”, destacou. Júlio José Máximo de Carvalho também ressaltou que não são apenas os tumores na região genital que estão associados ao HPV. Os cânceres na região da cabeça e pescoço também, entre eles o de esôfago.
O tratamento deve ser feito em três etapas. “Primeiro precisamos localizar as lesões e eliminá-las com cauterização. Depois eliminar todos os fatores que favoreçam a persistência do HPV, como fumo, pílula anticoncepcional, drogas, fimose, entre outros. E a terceira etapa é o tratamento imunológico. Se não seguir esse protocolo, o resultado não será favorável”, explicou Carvalho.
Ele lembrou ainda que atualmente existem duas vacinas contra o HPV disponíveis no mercado. A bivalente, que previne os tipos 16 e 18 do vírus, e a tetravalente, que imuniza contra os tipos 6, 11, 16, 18. “Ele lembrou ainda que atualmente existem duas vacinas contra o HPV disponíveis no mercado. A bivalente, que previne os tipos 16 e 18 do vírus, e a tetravalente, que imuniza contra os tipos 6, 11, 16, 18. “Os tipos de HPV 16 e 18 são os que têm maior potencial para o desenvolvimento do câncer. A vacina é recomendada para meninos e meninas, a partir dos 9 anos de idade. Quanto mais cedo ela for aplicada, estaremos realizando uma prevenção precocemente”.
Outro dado importante foi apresentado pelo diretor médico do HSI, Frederico Carbone Filho, no final do evento: “Um estudo apresentado pelo American Heart Association mostrou que o HPV aumenta a incidência de infarto em mulheres. É um vírus que precisa ser combatido e nós, aqui do Hospital Santa Isabel, estamos engajados nessa causa. Em breve, pretendemos transformar o HSI em referência no assunto”, finalizou.