Durante quase duas décadas, a ocorrência da AIDS entre idosos foi um assunto ignorado. A resistência da sociedade em admitir que pessoas com mais de 50 anos continuem tendo vida sexual ativa contribuiu para o aumento do número de infectados. De acordo com a Secretaria de Saúde de Goiás, em 1997 a incidência da doença em idosos com 60 anos ou mais apresentava uma taxa de 1 caso para cada 100.000 habitantes e em 2010 esse registro aumentou para 5,7 casos para a mesma população.
Segundo Clóvis Cechinel, geriatra do laboratório Atalaia, a escassez da inclusão deste grupo etário em campanhas de prevenção fez com que estas pessoas se sintam à margem dos riscos de serem contaminadas pelo HIV e, assim, continuem se expondo, desprotegidas em suas relações sexuais. “O preservativo, para este grupo etário, é um artefato pouco utilizado ao longo de suas vidas, e apresenta dificuldade técnica na sua utilização. Alia-se a este desuso a ideia de que a camisinha é uma ferramenta meramente anticonceptiva e o receio de perda de ereções efetivas”, pondera o médico.
Cechinel lembra que o atual uso de drogas corretivas de distúrbios eréteis passou a ser fator relevante, encorajando os idosos no aumento do número de exposições sexuais, com consequente desproteção, fato que repercutirá ainda mais, futuramente, na elevação das estatísticas de HIV. Um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde sobre o comportamento sexual dos brasileiros mostrou que 67% da população entre 50 e 59 anos se diz sexualmente ativa. No grupo acima de 60 anos, o índice também é expressivo: 39%. A média de relações na parcela acima de 50 anos é de 6,3 ao mês. “A responsabilidade por isso se deve, em parte, à difusão dos remédios para disfunção erétil. A longevidade sexual da população está aumentando e a prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis precisa ser intensificada”, destaca o geriatra.
Para o médico, a inibição, tanto do médico quanto do próprio idoso, em falar sobre a vida sexual, são fatores que fazem com que o diagnóstico seja mais tardio. “O diagnóstico tardio é uma das principais razões de morte precoce. Os médicos costumam associar os sintomas a outras doenças, como Alzheimer, câncer e tuberculose, e passam meses em investigações infrutíferas até desconfiar de AIDS. Mesmo quando se tem o diagnóstico, tende a crer que a contaminação foi por transfusão de sangue”, afirma.
O geriatra reforça que as interações do coquetel com outros medicamentos já utilizados pelos idosos também produzem reações indesejáveis. “Com a imunidade enfraquecida, eles morrem por qualquer resfriado banal. Envergonhados, isolados e censurados pela família”, finaliza.
Sobre o Atalaia Medicina Diagnóstica
O Atalaia nasceu há 43 anos em Goiás e atualmente possui mais de 200 colaboradores e 30 unidades de atendimento em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis e Trindade. Considerado uma referência para o segmento de medicina diagnóstica na região, disponibiliza serviços e soluções diferenciados, como a coleta domiciliar, oferecendo qualidade, confiança, credibilidade, conveniência e tecnologia de ponta. Com o objetivo de buscar continuamente a inovação, a marca disponibiliza mais de três mil exames no mesmo local. Para mais informações: www.atalaia.com.br.