Os avanços no tratamento multidisciplinar do câncer de cabeça e pescoço serão a tônica do II Simpósio Internacional sobre a doença, coordenado pelo chefe do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Fernando Cotait Maluf, e pelo presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, José Roberto Vasconcelos Podestá. O evento, nos dias 02 e 03 de agosto, vai reunir mais de 30 especialistas do Brasil e do mundo para discutir novas estratégias de tratamento da doença.

“Tivemos importantes avanços nos últimos anos no que se refere aos resultados preliminares de drogas promissoras para câncer de cabeça e pescoço e tireoide, melhor entendimento da biologia molecular desses tumores, dados mais consistentes de drogas inteligentes e não quimioterápicas na doença localizada e avançada, como os anticorpos monoclonais, além do desenvolvimento de cirurgias menos agressivas como opção terapêutica”, cometa o Dr. Fernando Maluf.

O papel do HPV (Papilomas Vírus Humano), que apesar de ser um fator de risco nos tumores de orofaringe, está relacionado a um prognóstico melhor e necessita, geralmente, de tratamentos menos intensivos e tóxicos, também será tema de discussão.

Além dos convidados nacionais, especialistas de outros países também estarão presentes: o belga Jan Vermorken, uma das maiores autoridades mundiais em drogas novas para câncer de cabeça e pescoço avançado; Jatin Shah, Professor de Cirurgia na Weil Medical College of Cornell University e o mais renomado cirurgião de cabeça e pescoço do mundo pelo Memorial Sloan Kettering Cancer Center de NY; David M. Brizel, radioterapeuta e Professor do Departamento Oncologia da Duke University Cancer Institute; e Raúl Eduardo Giglio, médico do Departamento de Oncologia Clinica e Chefe da Seção de Oncologia clínica de Câncer de Cabeça e Pescoço do Instituto de Oncología Ángel H. Roffo da University of Buenos Aires.

No total, são esperados 500 médicos participantes nos dois dias de evento, que conta com o apoio da Merck Serono, divisão de produtos biotecnológicos da alemã Merck.

Discussões

O primeiro dia do encontro vai destacar os novos métodos de imagem com o PET scan, para detectar doença de menor volume que não tenha sido visualizada pela tomografia e ressonância, a fim de melhorar o planejamento do tratamento; os novos métodos de imagem, também com o PET scan, para delinear se após um tratamento com preservação de órgão é necessário algum tratamento adicional; a incidência do HPV e como ele influencia no desenvolvimento do câncer de cavidade oral e orofaringe; e os novos protocolos de preservação de órgão que evitem a cirurgia mutilante e tenham a capacidade de curar os pacientes.

No dia seguinte, o foco será no papel da conjunção de modalidades medicamentosas – como a quimioterapia e os anticorpos monoclonais; e os resultados preliminares de novos agentes para o tratamento da doença avançada que atacam pontos específicos do tumor.

O câncer de cabeça e pescoço atinge, em geral, pessoas acima dos 50 anos. Os sintomas de apresentação variam de acordo com o local do tumor primário. As queixas mais comuns são úlceras mucosas de difícil cicatrização, dor ou dificuldade para deglutir, rouquidão e nodulações no pescoço. O diagnóstico mais comum é na cavidade oral (corresponde a um terço do total dos casos); em seguida, vêm os tumores de laringe e orofaringe.

Consenso

À exemplo de 2012, neste ano também será realizado um consenso multidisplinar sobre o câncer de cabeça e pescoço com mais de 30 médicos, a ser coordenado pelo Dr. Fernando Maluf, Dr. Jatin Shah, Dr. Davis Brizel e Dr. Jan Vermorken sobre os seguintes temas:

o Quais exames devem ser solicitados quando o paciente apresenta o diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço?

o Qual deve ser o tratamento para os tumores precoces de laringe?

o Qual deve ser o tratamento para os tumores localmente avançados de laringe, hipofaringe, orofaringe e cavidade oral?

“O objetivo é que o documento com recomendações para o tratamento multidisciplinar da doença em fase precoce e avançada seja uma medida aplicável para profissionais do meio de saúde utilizarem no dia a dia do combate ao câncer”, avalia Maluf.

O II Simpósio de Câncer de Cabeça e Pescoço será realizado Hilton São Paulo Morumbi Hotel. Para mais informações, acesse: http://www.rvmais.com.br/simposiocabecaepescoco/index.php

II Simpósio Internacional Câncer de Cabeça e Pescoço

Data: 02 e 03 de agosto de 2013

Horários: Sexta-feira, das 8h às 18h / sábado, das 8h às 12h

Local: Hilton São Paulo Morumbi Hotel

End.: Avenida das Nações Unidas, 12901 – Itaim Bibi – São Paulo – SP

P Perfis dos convidados internacionais

Jan Vermorken (BÉLGICA)

• Editor-chefe da revista Annals of Oncology, professor de Oncologia e chefe do Departamento de Oncologia Médica do Hospital Universitário da Universidade de Antuérpia (Bélgica). Recebeu o prêmio ESMO (European Society for Medical Oncology) em 2007.

Jatin Shah (EUA)

• Professor de Cirurgia na Weil Medical College of Cornell University e chefe do Serviço de Cabeça e Pescoço. Líder da equipe de Gestão de Doenças da Cabeça e Pescoço e detentor do Elliott President W. Strong em Cabeça e Pescoço da Oncologia do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York.

David M. Brizel (EUA)

• Professor do Departamento Oncologia da Duke University Cancer Institute, Durham, NC (EUA). Professor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Duke University Cancer Institute, Durham, NC (EUA).

Raúl Eduardo Giglio (Argentina)

• Médico do Departamento de Oncologia Clinica e Chefe da Seção de Oncologia clinica de Câncer de Cabeça e Pescoço do Instituto de Oncología Ángel H. Roffo da University of Buenos Aires. Fellow em Oncologia Clínica no Hospital Privado de Oncología

Informações sobre câncer de cabeça e pescoço

O termo ‘câncer de cabeça e pescoço’ refere-se às várias neoplasias localizadas no trato aerodigestivo superior que inclui regiões como cavidade oral, nasofaringe, orofaringe, hipofaringe e laringe. Os tumores são muito diferentes em cada região afetada, assim como seus prognósticos. Os diferentes tipos de câncer de cabeça e pescoço encontram-se na sétima posição no ranking de cânceres mais frequentes no mundo, com cerca de 650 mil novos casos por ano. O câncer de laringe é o mais comum entre os tumores de cabeça e pescoço e apresenta cerca de 150 mil novos casos por ano no mundo. O de cavidade oral cerca de 250 mil novos casos. No Brasil, as estimativas para 2012, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) são de 6 mil novos casos de câncer de laringe e aproximadamente 13 mil novos casos para câncer de cavidade oral.