Gestão de compras em hospitais no interior do MT, MG, PA e MA permite redução de 12 a 23% na aquisição de materiais sem comprometer a qualidade do atendimento

Não há unidade de saúde que possa funcionar sem materiais e suprimentos, mas para ser eficiente não basta manter os estoques abastecidos ou garantir seu fluxo. É preciso reduzir custos sem perder a qualidade, mas o sistema da administração pública nem sempre permite a flexibilidade que garante essa equação perfeita.

Para o diretor-geral do Instituto Nacional do Desenvolvimento Social e Humano, José Cleber do Nascimento Costa que administra quatro hospitais fora dos grandes centros urbanos esse é um dos diferenciais do modelo de gestão de uma OSS – Organização Social de Saúde. “Hoje o INDSH administra unidades em Marajó, no Pará; Sorriso no MT; Pedro Leopoldo em MG e São José do Ribamar no Maranhão e tanto o perfil das unidades quanto a logística de abastecimento são muito particulares e, em cada uma delas, conseguimos racionalizar a área de suprimentos e reduzir de 12 a 23% os custos com materiais”, diz Costa.

“Ao lado dos recursos humanos e financeiros, a área de suprimentos é a grande responsável pela operação do hospital e é um dos principais itens na relação custo X receita, além de fator determinante da qualidade. Diferente do que acontece na administração pública, nosso sistema de compras é mais ágil, não precisamos da licitação, por isso podemos comprar em quantidades menores, negociar preços e prazos menores de pagamento e dessa forma, imobilizar menos recursos em materiais, fazendo o estoque girar mais rápido”, explica o administrador.

Por não enfrentar a burocracia de compras da administração pública, o modelo de gestão das OSS garante uma flexibilidade maior do investimento dos recursos recebidos. “Toda redução de custos de suprimentos pode ser investida em outras áreas importantes, como contratação de profissionais, melhorias na infraestrutura que garantam melhores condições de trabalho e, consequentemente, um melhor atendimento da população. E cada unidade de saúde tem suas particularidades e sua logística, principalmente quando falamos de cidades do interior fora do eixo Rio-SP”, diz Costa.

Essa redução é vital se considerarmos que os materiais estão envolvidos em 100% das atividades de um hospital. Alguns estudos revelam um cenário comum a instituições de saúde que demonstram o quanto a área é importante:

•16% do desenvolvimento dos serviços não podem ser executados por falta de materiais;

• 40% a 80% do tempo dos gestores é perdido com preocupações relacionadas a materiais;

•50% dos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização – EBITDA de um hospital vêm da área de materiais.

Por esse motivo, uma das primeiras ações do INDSH ao assumir a administração de uma unidade de saúde é oferecer aos gestores um curso sobre Administração de Materiais e Suprimentos – Logística. “A racionalização da compra de materiais e medicamentos é um dos pontos mais importantes da administração de uma instituição de saúde, pois se for mal feita pode comprometer não só o funcionamento do hospital, mas também prejudicar a saúde financeira da instituição, o que impactará, com certeza, na qualidade do atendimento à população”, explica Costa.