No Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, as atenções se voltam para as doenças cardíacas, que causam 31% das mortes e são consideradas um dos maiores problemas de saúde do Brasil. Segundo Dr. Rafael Munerato, cardiologista e diretor médico do Lavoisier Medicina Diagnóstica, o infarto costuma se manifestar de formas diferentes em homens e mulheres. “Enquanto neles a dor no peito é comum e vem acompanhada de vômito e sudorese, nelas, os sinais são menos evidentes”, explica o especialista.

Segundo Dr. Munerato, elas se queixam de dor nas costas, cansaço, queimação no estômago e náusea. “Tais sintomas nem sempre são reconhecidos e relacionados ao coração. Muitas mulheres os associam a problemas gastrointestinais ou ortopédicos, o que faz com que demorem a procurar socorro médico. Isso é preocupante, uma vez que enfartados sem atendimento morrem mais”, afirma ele.

Estudo com mais de 1 milhão de pacientes nos Estados Unidos, conduzido pelo Centro Médico de Lakeland (Flórida), mostra que a dor no peito não é relatada em mais de 40% dos casos nas mulheres. Outras condições que as transformam em vítimas potenciais são obesidade, descontrole do diabetes e do colesterol, tabagismo, sedentarismo, estresse e pressão arterial alta. “É uma doença traiçoeira, pois nem todos têm sintomas característicos e a sobrevida depende do diagnóstico e tratamento precoces”, alerta Dr. Munerato.

Modernas técnicas de diagnóstico chegaram ao mercado para apoiar o diagnóstico destas enfermidades. Um dos principais avanços médicos é a Angiotomografia Coronária, um exame menos invasivo do que o cateterismo para o diagnóstico de doenças e de riscos de problemas no coração. De acordo com Dr. Munerato, a principal indicação da Angiotomografia Coronária é a avaliação das artérias coronárias para a possível detecção de obstruções provocadas pelas placas de arteriosclerose.

“Mas vale lembrar que a Angiotomografia não substitui o cateterismo, principalmente para os casos de alto risco cardiovascular. Para casos com risco intermediário, este é o exame mais indicado por ser seguro e ter grande poder diagnóstico”, ressalta.

Outro avanço é a Ressonância Magnética do coração. Esta técnica é indicada para analisar a viabilidade do músculo do coração depois de um infarto, pesquisa de isquemia, testar a função contrátil do coração e pesquisar doenças do miocárdio em geral.

“Os equipamentos modernos de Ressonância Magnética do coração são confortáveis e diminuem a sensação de claustrofobia ou de ansiedade, caso o paciente sofra com estes sintomas”, diz o especialista.