Conclusão de autoridades da área, reunidas no Brasil para participar da 3ª edição do Safety Symposium, também incentiva produção de pesquisas sobre eventos adversos no Brasil e divulgação de dados na imprensa
Um dia inteiro de discussões sobre pesquisas e medidas para ajudar a prevenir eventos adversos. Essa foi e a proposta da terceira edição do Safety Symposium, realizada no dia 28 de junho, em São Paulo. Para abordar o assunto foram convidadas autoridades nacionais e internacionais, onde, em cinco módulos, debateram sobre a necessidade de investimentos na investigação científica de casos deste tipo no Brasil e de transparência em sua divulgação junto à sociedade, por meio da imprensa. Além disso, dividiram experiências de planejamentos bem sucedidos em outros países do mundo e relataram o que vem sendo feito em algumas instituições brasileiras, como o Hospital Sírio Libanês.
Com a afirmação de que a segurança é a outra face da qualidade, Cristina Pinho, gerente executiva da Aesculap Academia no Brasil e responsável pelo Safety Symposium, abriu o evento que reuniu profissionais de diferentes especialidades médicas, seguradoras e operadores de saúde, representantes de órgãos de vigilância sanitária, administradores de home care e hospitais, sociedades médicas, universidades e associações.
De acordo com Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Hospital Sírio Libanês e ex-diretor presidente e fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitário (Anvisa), atualmente cerca de 5% dos hospitais brasileiros estão participando de ações em prol da segurança em saúde. Outro problema é a falta de informações à sociedade a esse respeito. “São dois obstáculos que precisamos transpor, por isso, para construir essa importante base de apoio, é fundamental a realização de eventos como esse e a participação dos profissionais envolvidos no setor de saúde. Mas também é preciso que a imprensa esteja apta a trabalhar com este assunto”, argumenta.
O médico informa que há uma tendência de relacionar qualidade à quantidade. “Na verdade, devemos relacionar qualidade à repetição de um padrão. Ter qualidade é ser igual ou melhor do que eu consigo ser usualmente, é garantir a segurança”, afirma. Para ele, segurança é o gerenciamento de riscos que provocam danos aos pacientes e o componente mais importante que os profissionais de saúde devem perseguir.
Vecina destaca que no final dos anos 1990 e início de 2000 vivemos o importante movimento das acreditações dos hospitais, um marco para a questão de serviços no Brasil e também no que tange a segurança. Entretanto, alerta que é preciso fazer mais. “Praticamente não temos dados de segurança e danos provocados em hospitais e na área de saúde como um todo. O Brasil possui, hoje, cerca de 700 hospitais, sendo 300 acreditados. Portanto, provavelmente esses dados existam, mas não são divulgados e não há previsão de políticas do governo neste sentido”, diz Vecina.
O médico faz, ainda, a reflexão de que o risco está diretamente ligado à questão da gestão. “Para combater o erro, é preciso investir na informatização dos hospitais. Atualmente, apenas 15% da rede hospitalar em nosso país é informatizada e nenhum hospital brasileiro é 100% informatizado. É preciso mudar a visão de que investir em medidas de segurança é custo para a instituição, pois quem não se previne acaba gastando mais. Além disso, segundo ele, o erro tem que ser interpretado como ferramenta para implementar melhorias”.
Aproveitando sua visita ao país, Franz Porzsolt, médico alemão e consultor de economia clínica na University Hospital Ulm, esteve em alguns hospitais de São Paulo e se mostrou otimista com o cenário que encontrou. “Ouvi grandes ideias e acho que o cenário brasileiro está mais propício a implementá-las em muitos países, inclusive a Alemanha”.
De acordo com Porzsolt, a segurança do paciente possui dois aspectos: a perspectiva do provedor da segurança e a da pessoa que é beneficiada. “É preciso parar de olhar o erro como atitude individual. Quando ele ocorre, não é o ser humano que falha, mas sim o sistema”, afirma.
Dirceu Carrara, enfermeiro e doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP e supervisor do Programa de Aprimoramento em Enfermagem em Controle de Infecção Hospitalar do HC-FMUSP, ressalta a importância dos enfermeiros para garantir a segurança nos procedimentos de saúde. Segundo ele, atualmente existem 1,5 milhão de enfermeiros no mercado, índice menor que o necessário para atender toda a demanda. Além deste déficit, Carrara alerta para a necessidade da criação de um modelo de gestão inspirado no que é adotado pela aviação mundial, onde todas as etapas seguem um protocolo regular e de rígido controle.
“É importante lembrar que a eficiência em segurança em saúde é primordial para uma assistência médico-hospitalar de qualidade e contribui para a credibilidade das instituições junto à sociedade. Daí a importância de investimentos na qualidade do cuidado e em modelos de gestão de segurança de sucesso comprovado”, alerta Cristina. Investimentos na segurança dos processos, na capacitação de profissionais, na implementação de um sistema de ações informatizado para controlar as infecções, garantindo o uso seguro dos medicamentos, equipamentos médicos e práticas clínicas confiáveis são fundamentais neste sentido. A produção de pesquisas e dados científicos, além de uma comunicação franca com a sociedade a esse respeito, revelam-se um caminho urgente e necessário para garantir transparência e aproximar, ainda mais, a sociedade da causa médica para que, juntos, possamos nos aproximar da excelência no atendimento em saúde.
Aesculap Academia no Brasil
Reconhecida mundialmente como um centro de ensino e treinamento para profissionais da área médica, a Aesculap Academia é uma iniciativa do Grupo B.Braun e está presente em mais de 42 subsidiárias em países da Europa, Ásia, África e Américas do Norte e do Sul. Atua como um fórum de experts e formadores de opinião entre especialistas de saúde e é responsável pela realização de cursos, simpósios e workshops de alta qualidade técnica, credenciados por sociedades médicas e organizações médicas internacionais.
Internacionalmente, a Aesculap Academia forma mais de 60 mil profissionais de saúde, por ano, em cerca de 1500 cursos que, em sua maioria, são pontuados por sociedades de especialidades médicas através de organismos de acreditação. Já no Brasil, suas atividades tiveram início em 2009, sendo realizados 60 cursos com mais de cinco mil participantes, somente em 2011. A instituição possui, ainda, um board e um conselho científico composto por 21 membros que têm como atividade principal a coordenação científica dos seus cursos.
Grupo B. Braun
Presente em mais de 50 países, o Grupo B.Braun está no Brasil há mais de 40 anos. A multinacional alemã líder no segmento médico-hospitalar conta com um portfólio de mais de 33 mil produtos, 13 mil deles comercializados no país, além de serviços e programas educacionais voltados à assistência e segurança dos pacientes e profissionais de saúde. Com sede em São Gonçalo (RJ) e mais sete filiais comerciais brasileiras, o laboratório tem cerca de 1.700 colaboradores e atua nas áreas de: terapias de infusão, intensiva e substituição renal; hidratação; reposição volêmica; anestesia regional; nutrição enteral; controle de infecção e incontinência; home-care; além de uma gama de produtos voltados a todos os tipos de cirurgia com linhas específicas para suturas, Oncologia, Ortopedia, Urologia, cirurgias Geral e Vascular, entre outras especialidades.
Informações para a imprensa:
APPROACH
Heda Wenzel ([email protected])
Fabiana Guimarães ([email protected])
Bianca Sallaberry ([email protected])
Tel.: (21) 3461-4616, ramais 135, 152 e 164
www.approach.com.br