Vacinas aplicadas nos primeiros 6 meses de vida, em geral, precisam de doses de reforço após o primeiro ano da criança
Logo após o nascimento é hora de vacinar o bebê, iniciando-se aí um longo caminho que só vai se encerrar na adolescência. De acordo com o Dr. Ricardo Cunha, médico sanitarista e responsável pelo setor de vacinas do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica, o sistema imunológico dos pequenos só atinge sua maturidade aos 2 anos de idade. “Os recém-nascidos tem o sistema imune ainda deficiente, o que os expõe a muitas doenças, tornando fundamental a vacinação nos primeiros 6 meses de vida. Por este mesmo motivo a vacinação nessa idade também é pouco eficiente, o que torna necessária a aplicação de doses de reforço após o primeiro ano de vida”, afirma o médico. Ele também explica que a mãe acaba transferindo, durante a gestação, anticorpos que atuam como inibidores para algumas vacinas.
No calendário básico de vacinação infantil, as vacinas indicadas nos primeiros 6 meses de vida são: BCG, Hepatite B, DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche), Poliomielite, Hemofilus B, Rotavírus, Pneumocócica conjugada e Meningocócica C conjugada. Destas apenas as vacinas BCG, Hepatite B e Rotavírus não requerem doses de reforço após um ano de idade. Todas as outras necessitam de reforços, sendo que algumas ainda vão precisar ser reforçadas, mais uma vez, entre os 4 e 6 anos de vida da criança.
Atualização da caderneta de vacinação infantil
Para Cunha, “é importante entender que ao vacinar uma criança, além de protegê-la na primeira infância, estamos preparando esse indivíduo para a sua adolescência e idade adulta. Por isso a importância dos pais manterem as carteiras de vacinação até a idade adulta do seu filho”, comenta o médico.
Uma dica, em caso de perda do documento, é que os pais ou responsáveis procurem os locais onde as doses foram aplicadas, para que seja elaborada uma nova carteira de vacinas. Na impossibilidade de se elaborar uma nova carteira o recomendado é consultar um médico para avaliar as necessidades de vacinação.
Esqueci de vacinar meu filho na data correta. Posso aplicar o reforço após o prazo?
O esquecimento por parte dos pais ou responsáveis acontece. Muitos não se lembram de aplicar o reforço na data correta e atrasam o esquema vacinal dos pequenos, o que não é considerado ideal. “Existe uma norma em vacinação: toda vacina aplicada é válida, ou seja, não é por conta do atraso que será necessário reiniciar todo o ciclo. Mas é importante que os responsáveis estejam atentos para vacinarem as crianças no período correto. Nesses casos o que pode ocorrer é um atraso da proteção vacinal completa”, explica o sanitarista. Se a vacina tem três doses e os pais atrasam a segunda, a terceira dose terá que ser empurrada para uma nova data, mais para frente.
Campanha do Ministério da Saúde
Com o objetivo de conscientizar a população sobre o tema, o Ministério da Saúde lançou na última semana uma Campanha Nacional sobre a importância da atualização da carteirinha de vacinação das crianças com até cinco anos de idade. A ação teve início no dia 24 de agosto e se estende até o dia 30 em todo o País.