As constantes pesquisas e descobertas sobre a possibilidade de tratamento para diversas doenças com o uso de células-tronco vem gerando discussões sobre a importância de sua coleta e preservação no momento do parto. Mas os médicos são unânimes em defender esse processo, seja no Banco Público ou no Privado.
No Brasil já existem os dois tipos de bancos. Nos Bancos Privados – regulamentados pela RDC 56, da ANVISA – as células-tronco ficam disponíveis para uso na própria criança ou para familiares.
Obstetras e pediatras – principalmente das grandes cidades – têm recebido cada vez mais questionamentos sobre a importância em preservar as células-tronco do sangue do cordão umbilical. E como o momento do parto é único e valioso, vem crescendo o número de pacientes que apostam neste tipo de “seguro de vida” para futuras doenças da criança e da família.
Criogênesis
A Criogênesis, de São Paulo – um dos primeiros bancos brasileiros de células-tronco de sangue do cordão umbilical – é também uma empresa de pesquisa e biotecnologia. Além de coletar, processar e armazenar o sangue do cordão umbilical do recém-nascido a empresa também produz terapias para uso em cirurgias de reparação óssea e oftalmológica.
Antenada com as descobertas futuras, a Criogêneis, que conta com uma equipe de médicos ligados à Universidade de São Paulo, está envolvida em conceituadas pesquisas na área de células-tronco, com reconhecimentos que constam de publicações internacionais – como no site do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, entidade científica, ligada ao governo norte-americano.
(http://www.clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT01029574?term=Platelet+Rich+Plasma+on+Rotator+Cuff+Repair&rank=1 – * trabalho coordenado pela USP com a colaboração da Criogênesis).
Fundada como banco em 2003, a Criogênesis já realizava pesquisas na área de células-tronco desde 1996. Preocupada com a ética e com a verdade, a Criogênesis expõe aos clientes as vantagens em realizar o procedimento e as possibilidades futuras da guarda e uso das células-tronco. Além de explicar detalhadamente todo o processo de coleta, preservação, possíveis usos e apresentar o texto da legislação em vigor (RDC 56 – ANVISA) aprovada pelo governo brasileiro, que impõe regras, como a obrigatoriedade de armazenar as células-tronco em baixíssimas temperaturas e em múltiplas unidades.
“As células-tronco têm um potencial futuro muito grande. Especula-se que mais de uma centena de doenças poderão ser tratadas com células-tronco. Mas comprovadamente podemos dizer que atualmente existem cerca de 50 doenças graves que podem se beneficiar das células-tronco. A principal delas é a leucemia”, afirma o hemoterapeuta e hematologista Dr. Nelson Tatsui, diretor técnico da Criogênesis, médico do Hospital das Clínicas e do setor de transfusão e coleta de células-tronco da Faculdade de Medicina da USP.
O laboratório da Criogênesis fica em São Paulo, mas a empresa conta com escritório no Rio de Janeiro e clínicas parceiras em todo o Brasil, que podem realizar a coleta no momento do parto e enviar o material para processamento e guarda. Todo o ciclo do trabalho é feito dentro de rigorosos parâmetros de segurança, para que as células estejam em ótimas condições caso sejam necessárias em um transplante. Na cidade de São Paulo a Criogênesis é parceira de importantes maternidades.
Células-tronco autólogas: para uso do próprio paciente
Atualmente as células-tronco são usadas para recuperar o sistema sanguíneo e imunológico de pacientes submetidos à quimioterapia e /ou radioterapia, em decorrência de leucemias ou outras doenças sanguíneas. Nessas situações a infusão das células-tronco é vital, uma vez que os tratamentos com quimioterápicos ou radioterápicos também destroem as células-tronco do paciente. Os diretores da Criogênesis lembram que não é possível garantir o uso da célula-tronco autóloga (do próprio paciente) em todas as doenças genéticas. Embora a ciência demonstre um aumento na utilização clínica da célula-tronco de sangue do cordão umbilical. No entanto, as células-tronco guardadas também podem ser usadas por um irmão, ou parente, desde que compatíveis e após autorização do Ministério da Saúde.
“O uso das células-tronco pela própria pessoa é uma terapia muito nova, mas os transplantes têm sido feitos com sucesso. Isso porque se sabe que em apenas 5% dos casos existem uma relação causal entre doença e genética. Com a diminuição do número de irmãos e com a dificuldade de doadores compatíveis nos bancos públicos de todo o mundo, o uso autólogo acaba sendo muito importante. Os bancos privados existem para somar forças ao banco público – que vem sendo útil em apenas 30% dos casos sem doadores familiares – e tentar suprir as necessidades de todos pacientes”, observa o Dr. Nelson Tatsui.
A célula-tronco mais usada para o tratamento de doenças sanguíneas é a hematopoética, encontrada primariamente na medula óssea, sangue periférico e no sangue de cordão umbilical. Após a coleta do sangue do cordão umbilical a célula-tronco é purificada, guardada em múltiplas unidades e preservada, em tanques de nitrogênio líquido-vapor a 197 graus negativos. No entanto, como as quantidades guardadas ainda são pequenas (cerca de 70 ml ou 500 milhões de células-tronco), está em processo de pesquisada a possibilidade de realização de sua expansão numérica. Essa preocupação baseia-se no fato de que a quantidade preservada atualmente é suficiente para o tratamento em uma pessoa de até 40 quilos.
Além de preservar as células-tronco do sangue do cordão umbilical, a Criogênesis possui tecnologia de processar e guardar as células-tronco do tecido do próprio cordão e da polpa do dente de leite. No tecido do cordão umbilical e na polpa do dente de leite são encontradas células-tronco chamadas mesenquimais, que possuem grande potencial de uso para o tratamento de inúmeras doenças e reparação de tecidos.
PRP: Plasma Rico em Plaquetas
Um dos produtos terapêuticos autólogos, produzido pela Criogênesis, é o PRP (plasma rico em plaquetas), com uso já consagrado em cirurgias ortopédicas. O procedimento é feito no momento da cirurgia, com o sangue periférico (retirado da circulação) do próprio paciente. Após transformar as plaquetas em um gel, ele é colocado na fratura, durante a cirurgia.
Segundo o Dr. Luiz César Espirandelli, também diretor da Criogênesis, anestesiologista, médico do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, “o uso do PRP, em boas indicações, torna possível, por exemplo, o tratamento de pseudo artroses”.
Os estudos que envolvem o uso do PRP são bastante promissores. A Criogênesis e seus diretores colaboram com uma pesquisa (*) sobre a reparação do “manguito rotator” (parte do ombro) com PRP, já publicada no site do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, entidade científica, ligada ao governo norte-americano. Os estudos, em fase III (pesquisa clínica envolvendo seres humanos), buscam comprovar que o uso do PRP melhora a cicatrização do tendão.
(*) http://www.clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT01029574?term=Platelet+Rich+Plasma+on+Rotator+Cuff+Repair&rank=1
Acreditação da AABB
A Criogênesis deu um importante passo na direção de conquistar o selo de “acreditação” da AABB (American Association Blood Bank). A empresa foi aceita para iniciar o processo – que poderá durar um ano -, mas que permitirá o reconhecimento internacional de todos os seus processos, de forma com que suas bolsas com sangue de cordão possam ser usadas em qualquer parte do mundo. A Criogênesis já conta com a parceria e registro junto ao ISBT (International Society of Blood Transfusion), órgão que regulamenta as etiquetas das bolsas e as melhores práticas de hemoterapia, primeiro passo para a “acreditação”.
Com sua nova área de Medicina Reprodutiva – iniciada em 2011 – a Criogênesis passou a ser o primeiro laboratório do país a agregar todas as indicações ligadas à criopreservação com nitrogênio líquido-vapor.
Maiores informações podem ser obtidas no site www.criogenesis.com.br