Apenas 32,6% dos bebês que nascem em todo mundo são amamentados exclusivamente no peito nos primeiros seis meses, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). De 1 a 8 de agosto será comemorada a Semana Mundial da Amamentação.
Para o Dr. Jurandir Passos, ginecologista, obstetra e especialista em medicina fetal, do laboratório Atalaia, isto ocorre porque as mães não possuem conhecimento sobre o assunto. “Muitas mulheres não sabem da grande importância da amamentação para os bebês no que diz respeito à nutrição, à imunidade, ao crescimento e ao desenvolvimento psicomotor dos seus filhos. É importante também educar as mães sobre quais hormônios atuam na amamentação, pois, às vezes sem querer, podem até inibi-los”, enfatiza.
O especialista explica que a boa amamentação está diretamente ligada aos hormônios ocitocina e a prolactina, que agem para que o leite seja produzido e encaminhado à mama no período de amamentação. A ocitocina estimula a contração das células musculares, expulsando o líquido para fora dos alvéolo, além de contrair o músculo do útero durante e após o nascimento. “Este processo ajuda o útero a voltar ao seu tamanho original e diminui o sangramento da mulher após o parto”, esclarece Dr. Jurandir. Já a prolactina, chamada também de “hormônio materno”, é liberada do cérebro para a corrente sanguínea da mãe, o que faz com que as células alveolares reajam, produzindo assim o alimento.
Além destes dois hormônios fundamentais, o médico lembra que existem, ainda, o estrógeno, que estimula o desenvolvimento dos ductos por onde o leite passa, e a progesterona, que atua no crescimento dos alvéolos e lóbulos. “A liberação destas substâncias é responsável, em parte, pelo intenso sentimento da mãe, de que necessita estar com seu bebê”, conta.
Ele reforça que o conhecer estas substâncias é necessário para evitar situações que podem atrapalhar a produção do alimento. “Mães que estão passando por situa¬ções de estresse ou muita tensão produzem uma quantidade anormal de adrenalina, que bloqueia a ocitocina, fundamental à amamentação”, sinaliza.
Dicas importantes para estimular a produção de leite materno:
– Beba bastante água, pois quando ingerido, este líquido se transforma no alimento do bebê, sem grandes processos orgânicos. O ideal é consumir 4 litros por dia;
– Procure não ficar nervosa. A mãe que amamenta precisa relaxar. Situações estressantes podem inibir a produção láctea;
– Durma bem. Com tanto gasto de energia, que começou na gravidez, a mãe precisa repor as energias. O descanso é fundamental;
– Alimente-se adequadamente. A mãe deve preferir alimentos ricos em minerais, especialmente cálcio e fósforo;
– Amamente sempre que o bebê quiser, sem horários definidos. Quanto mais ele mamar, mais leite o organismo produzirá;
– Ajude o bebê a fazer a pegada certa no bico do seio. A sucção estimula a produção de prolactina e ocitocina, o que faz o organismo produzir mais leite;
– Procure um local tranquilo para amamentar, sem barulho e longe das visitas;
– Ache uma posição confortável para você e para o bebê.