Elas modificaram radicalmente o manejo da catarata, doença que consiste na opacificação do cristalino – a lente natural dos olhos. Batizadas de “premium”, as lentes de alta tecnologia estão mesmo acima do que se conhecia até poucos anos. “Entre as principais vantagens, destaca-se a possibilidade de abolição dos óculos após a cirurgia de catarata”, afirma o oftalmologista Thiago Pacini, do Hospital Oftalmológico Pacini.
Atualmente, as lentes Premium dividem-se em três grupos: as monofocais tóricas – capazes de corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo, proporcionando uma visão sem correção para longe; as multifocais – capazes de corrigir miopia, hipermetropia e presbiopia, proporcionando boa visão para todas as distâncias; e as multifocais tóricas – que corrigem hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia, sendo indicadas para pacientes que têm astigmatismo e desejam uma boa visão para perto e longe. “Cada uma tem indicações específicas”, esclarece Dr. Thiago.
Indicações e Contraindicações – A tecnologia empregada no material engloba filtro de proteção contra a radiação UV e mecanismo de prevenção da opacificação da lente no pós-operatório. Contrariando um dos mitos, o médico enfatiza que nem sempre as lentes de maior custo são as mais indicadas para determinado paciente: “Há, inclusive, lentes que possuem contraindicações, como as multifocais. Elas não são recomendadas em casos de presença de doenças maculares, diabetes avançado, glaucoma e para pacientes com baixa expectativa visual no pós-operatório”.
A indicação da cirurgia é feita com o objetivo principal de melhorar a qualidade da visão prejudicada pela catarata. A independência dos óculos deve ser vista como ganho secundário. “Por melhor que seja a tecnologia, a visão não chega a atingir a perfeição visual da juventude. As expectativas devem ser reais, amplamente debatidas entre médico e paciente, uma vez que o implante da lente é definitivo”, conclui Dr. Thiago.