Em 21 de Junho será comemorado o Dia Nacional de Controle da Asma, uma das mais importantes doenças respiratórias, tanto em incidência, quanto em gravidade. A asma atinge os brônquios, que são os ductos que levam o ar rico em oxigênio para os pulmões, e recolhem o gás carbônico, eliminado na respiração. Esses ductos podem contrair e dilatar, ajustando-se a diferentes condições do ambiente e do corpo.

Nos indivíduos asmáticos, os brônquios se contraem de modo abrupto e persistente, o que compromete a entrada e saída de gases na respiração. Ou seja, há dificuldade em oxigenar o sangue que passa pelos pulmões, e da mesma forma, há dificuldade para eliminar o gás carbônico produzido. Além disso, na asma, os brônquios também podem sofrer inflamação, com inchaço de suas paredes e produção de fluidos, ou secreções, que dificultam ainda mais a troca gasosa.

De acordo com o Coordenador do Pronto Socorro Adulto do Hospital Carlos Chagas, em Guarulhos, Dr César Maurício da Silva, diferentes condições podem desencadear as crises de asma. As principais são: o contato com substâncias alérgicas, as infecções respiratórias e as mudanças de temperatura. Há também causas menos comuns como alimentos e medicações. “Muitas substâncias, como perfumes, solventes, ou partículas, como pólen, pelos de animais e poeira, podem causar reações alérgicas no organismo, e no caso específico dos pulmões, podem levar a crises de asma,” explica o médico.

No outono e no inverno as crises são mais comuns. Nesses períodos, o ar é mais frio, a umidade mais baixa, a poluição mais concentrada, e também ocorre mais infecções respiratórias. Tudo isso contribui para o desencadeamento de crises. Os principais sintomas são tosse com ou sem catarro, falta de ar, dor e chiado no peito. Em muitos casos, a crise de asma acompanha outras doenças como pneumonias, faringites, sinusites. Assim, sintomas adicionais como febre, obstrução nasal e dor de garganta, podem ocorrer.

A asma pode se manifestar em qualquer faixa etária, acometendo desde crianças até idosos. Em crianças o curso da doença pode ter prognóstico muito bom, desaparecendo antes de se atingir a fase adulta. O tratamento da asma varia com a gravidade da doença. Muitos pacientes recebem medicações específicas somente durante os períodos de crises. Mas se estas forem muito frequentes, pode-se usar também medicações com o intuito de preveni-las.

Os dois principais tipos de medicamentos utilizados são os broncodilatadores e os corticoides. Os broncodilatadores atuam relaxando os brônquios, fazendo com que fiquem mais abertos e permitindo mais a passagem de ar. Os corticoides atuam como antialérgicos, reduzindo a reação dos brônquios ao contato com substâncias e partículas alérgicas; age também como anti-inflamatório, evitando o inchaço da parede dos brônquios e a produção de fluidos que contribuem para a sua obstrução.

Tanto os broncodilatadores quanto os corticoides podem ser usados sob a forma de comprimidos, xaropes, injeções e formulações para inalação. O modo de uso de cada uma dessas apresentações depende de particularidades de cada doente. A asma pode representar grande restrição à vida dos pacientes. Muitas atividades dependem de uma boa performance do nosso sistema respiratório, o que a doença pode limitar. Além disso, as crises de asma podem ser muito intensas, requerendo hospitalização, e em casos extremos podem levar à morte.

É muito importante o acompanhamento médico periódico. Muitas pessoas fazem uso de medicamentos por conta própria, sujeitando-se aos riscos de efeitos colaterais e mesmo de alterações indesejadas no curso da doença. Há pacientes que desenvolvem uma dependência psicológica de medicamentos inalatórios (alguns conhecidos como “bombinhas”) e os utilizam de modo inadequado.