O Hospital Santa Isabel – HSI, unidade particular e de convênios do complexo hospitalar da Santa Casa de São Paulo, colocou um piano de calda no saguão central da Unidade Jaguaribe e, três vezes por semana, uma experiente pianista toca um repertório eclético de músicas para médicos, enfermeiros, funcionários, pacientes e familiares.

O diretor médico do HSI, Frederico Carbone Filho, conta que a ideia surgiu para tornar o ambiente hospitalar ainda mais humano. “A música é um bálsamo para a alma e viver com arte por perto é muito melhor”. Carbone Filho lembra que o Santa Isabel tem uma tradição em humanização hospitalar e a direção sempre está atenta em ampliar esse item, que comprovadamente é essencial para a recuperação de pacientes e bem estar de profissionais e familiares.

Para tocar as segundas, quartas e sextas, durante o horário do almoço, a pianista Vera Lucia Davenia Piro apresenta um repertório com músicas nacionais e internacionais bastante conhecidas. “Atendemos todos os mais variados pedidos que vão desde música sertaneja, popular, clássica até trilhas sonoras de filmes famosos, como Titanic”, diz Vera Lucia, que é professora e 1ª secretária da Ordem dos Músicos do Brasil – OMB. A pianista toca sem qualquer partitura mais de 300 músicas, listadas apenas em um caderninho, que fica apoiado do lado esquerdo do piano. “Muita gente faz pedidos, mas sequer lembra o nome do cantor ou da música. Aí peço para cantarolar um trecho e, na sequência, se eu conheço a música, começo a tocar”.

A professora Vera Lucia se recorda de uma mãe que acompanhava a luta pela vida de um filho que havia sofrido um grave acidente de trânsito. “Todo dia ela pedia uma música especial e ficava ouvindo comovida. Certa vez, pediu para tocar Ave Maria. Eu percebi que, além dela, várias pessoas se emocionaram no saguão. Semanas depois, ela trouxe a notícia que o filho tinha recebido alta. Foi um presente para mim também”.

Além do piano, o HSI organiza exposições de fotos e arte regularmente e tem uma UTI com um conceito inovador, em termos de humanização. Há janelas, relógio, televisão e música ambiente em todos os leitos. E ainda um quadro onde podem ser colocadas fotos da família do paciente e recados em frente à cama.