O atual sistema de saúde é organizado em torno de um modelo de tratamento de casos agudos e episódicos que não mais atende às necessidades de muitos pacientes, especialmente entre aqueles que apresentam condições crônicas. Os avanços da medicina estão ajudando as pessoas a viverem mais, culminando em um envelhecimento populacional. Em contrapartida, problemas como obesidade estão atingindo proporções epidêmicas.

Condições crônicas como Alzheimer, diabetes, doenças cardíacas e respiratórias cobram um alto preço para a saúde e para o bolso. De acordo com o Centers of Disease Control and Prevention, as tendências rumam para a direção errada: a taxa de obesidade em adultos dobrou nos últimos 20 anos, quase triplicou em crianças entre 2 e 11 anos, e mais do que triplicou em jovens de 12 a 19 anos. Sem grandes mudanças, uma em cada três crianças nascidas hoje desenvolverão o diabetes durante a vida, segundo dados da American Diabetes Association.

“Não existe milagre. Prevenção é e sempre será a melhor alternativa para dirimir os problemas de saúde e os altos custos”, explica Fábio de Souza Abreu, diretor executivo da AxisMed, maior empresa de Gestão de Saúde Populacional (GSP) do País. A média das despesas com saúde de alguém que tem uma ou mais condições crônicas é cinco vezes maior do que daqueles sem nenhuma condição crônica. Nos Estados Unidos, elas são responsáveis por US$ 3 de cada US$ 4 gastos com saúde. Isso representa cerca de US$ 7.900 para cada norte-americano com uma doença crônica.

No Brasil, a situação segue se agravando. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2010, 59,5 milhões de pessoas (31,3% da população no Brasil) têm alguma doença crônica. Os principais problemas encontrados pelo IBGE foram hipertensão (14%), problema de coluna ou costas (13,5%), artrite ou reumatismo (5,7%), bronquite ou asma (5%), depressão (4,1%), doença de coração (4,0%) e diabetes (3,6%) – em que o índice sobe para 8,1% entre pessoas com 35 anos ou mais.

Mudança de hábitos

Em busca de qualidade de vida, redução de custos e envelhecimento ativo, a AxisMed, há 11 anos no mercado de GSP, desenvolve e aplica programas de prevenção e promoção da saúde à população brasileira. O gerenciamento consiste em contato telefônico com pacientes, avaliação de perfil e, a partir daí, instruções sobre como conviver com a doença, proporcionando melhora no quadro clínico e bem-estar. “Os programas estimulam mudanças de hábitos, com o propósito de fazer os pacientes desenvolverem o autocontrole da própria saúde. Dessa forma, o indivíduo mantém-se saudável e incentivado a seguir o tratamento, alcançando estabilidade clínica”, explica Abreu.

Nos Estados Unidos, as doenças crônicas são responsáveis por sete de cada dez mortes. Doenças crônicas como diabetes, câncer e doença do coração estão entre as principais causas de invalidez e morte nos Estados Unidos, e cerca de 25% das pessoas com doenças crônicas têm algum tipo de limitação motora. Isso inclui dificuldade ou necessidade de ajuda com tarefas pessoais, como se vestir ou tomar banho, e também podem representar restrições a trabalhar ou frequentar as aulas. No Brasil, pode-se perder US$ 49 bilhões (acumulados) até 2015 devido a óbitos, de acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Na falta de medidas preventivas, as despesas com seguros de saúde e extras continuam a aumentar. Em muitos casos, as escolhas e os cuidados são limitados. Dados apontam que somente 15% dos doentes crônicos aderem ao tratamento de forma adequada. Os altos custos gerados pelos 75% restantes são arcados por empresas, operadoras de saúde, governo e a própria população. Além de ser ruim para a saúde, isso tudo pesa no bolso do cidadão e afoga o setor”, finaliza Abreu.