Com o objetivo de trocar experiências e informações relacionadas à certificação de qualidade, a ONA – Organização Nacional de Acreditação, estabeleceu intercâmbio com o Conselho para Acreditação de Serviços de Saúde da África do Sul – COHSASA. Para dar início à cooperação, a médica Maria Carolina Moreno, diretora de Relações Institucionais da ONA, esteve na Cidade do Cabo, onde fica a sede do conselho, participando de reuniões técnicas para falar da experiência brasileira e conhecer os programas que os responsáveis pelo modelo africano de Acreditação e Melhoria da Qualidade desenvolvem em nove países daquele continente.
Segundo a representante da ONA, existem vários pontos de interesse para o intercâmbio, a começar pelo fato do COHSASA ser considerado uma referência para os países em desenvolvimento e realizar seu trabalho com base nos padrões e requisitos da ISQUa – Sociedade Internacional para a Qualidade do Cuidado em Saúde, da qual é certificado como instituição e tem todos os seus manuais acreditados. Além de participarem da mesma rede internacional, a experiência desenvolvida em uma região tão extensa e com diversidades culturais e econômicas também aproxima as duas organizações.
“Mas o COHSASA tem uma estrutura diferente, a começar pela atuação em vários países e pelo fato de não contar com uma rede de instituições acreditadoras, como é o caso das IACs credenciadas pela ONA. Além disso, não trabalha apenas com a certificação, mas também realiza pesquisas científicas relacionadas à qualidade e segurança em saúde”, observa a médica.
Com a atuação predominantemente voltada para os serviços públicos de saúde, que representam 70% das instituições participantes do sistema, o COHSASA usa modelos diferentes para ajudar os serviços de saúde a alcançar a acreditação, dependendo das necessidades dos clientes individuais. Seus programas são apoiados pelo sistema de informação de qualidade (CoQIS) que ajuda a priorizar as deficiências identificadas e gerenciar e monitorar projetos de melhoria de qualidade de saúde, até que seja alcançada a conformidade com as normas utilizadas.
Com um único nível de acreditação, a organização africana oferece dois tipos de programa: um programa de auto avaliação, para aqueles que pretendem implantar ações relacionadas a segurança do paciente e gestão da qualidade incentivando um processos de monitoramento continuado; e um programa de certificação, que começa com o diagnóstico organizacional para identificar as não conformidades e os pontos a serem melhorados na instituição. Nesse caso, o trabalho tem a duração de dois anos, combinando auto avaliação, visitas de checagem e uma nova avaliação em loco para verificar a possibilidade da organização ser acreditada. Sendo detectada essa condição a organização é submetida a avaliação para a acreditação.