Um exemplo de superação e inspiração para diversas pessoas que sofrem de tetraplegia. Essa é a história da gaúcha Ana Paula Soares de Almeida, de 21 anos, que após sofrer uma convulsão ficou com graves sequelas, perdendo a autonomia para se mover e se comunicar. Mas esse não foi o fim de suas alegrias e sonhos. Ana Paula passou a contar em seu blog “A vida numa cadeira” (http://a-vida-numa-cadeira.tumblr.com) o seu dia a dia para superar os obstáculos.
Ao tomar conhecimento da história, a Ortobras entrou em contato com a família de Ana Paula para doar o KIDS (Kit de Inclusão Digital e Social). A tecnologia inovadora foi desenvolvida para reabilitar e incluir no universo digital e social as pessoas cadeirantes que não movimentam ou possuem comprometimento severo de mobilidade nos membros superiores (MMSS). O grande diferencial é concentrar em um único equipamento componentes diversos processos e aplicativos gratuitos, livres ou pagos e que são disponibilizados levando em conta uma configuração básica das necessidades singulares desses indivíduos.
O KIDS é composto por um notebook configurado para dar o máximo de autonomia na interação de telas e em diferentes recursos digitais. O mouse de cabeça pode ser utilizado clicando com os olhos ou com a boca. Também conta com um programa que facilita o aprendizado da pilotagem de tela com a cabeça. O notebook está integrado com a cadeira numa bandeja (como se fosse uma mesinha de avião para ficar guardada quando não está em uso). Inclui baterias e conexões para dar autonomia ao uso sem fios e possui uma placa que auxilia no monitoramento da tensão e do controle da recarga das baterias.
“Transformar uma ideia brilhante em realidade só foi possível com a parceria entre a empresa e os pesquisadores. O trabalho foi árduo, mas o resultado vai mudar muitas vidas . A ideia é que esse produto ajude as pessoas com paralisia cerebral e tetraplégicos graves, pois não é necessário tocar no computador para operá-lo, por exemplo, o mouse se movimenta com os olhos ou a boca”, salienta o engenheiro e diretor comercial da Ortobras, Jonathan Hummel.
A coordenação geral do projeto foi realizada pelo pesquisador do CNPq, Dr. Gilson Lima. Segundo Lima essa iniciativa da Ortobras mostra o potencial do setor privado de contribuir para o desenvolvimento de tecnologias que podem gerar desenvolvimento e mudar a vida das pessoas. “A inclusão não é monopólio apenas do Estado, mas os empreendedores privados tem um potencial enorme de construírem redes de cooperação em longo prazo a favor da inclusão social. E o mais importante é a preocupação de fazer isso de forma a gerar um produto com soluções simples e com sensível qualidade de atenção para pessoas como a Ana Paula”, afirma.