O aumento na incidência e mortalidade por câncer de mama representa uma ameaça significativa nos países em desenvolvimento. É o que mostra o estudo global “Prevenção, Detecção Precoce e Ônus Econômico do Câncer de Mama”, patrocinado pela GE Healthcare. O conteúdo foi desenvolvido para fornecer informações sobre entraves socioeconômicos relacionados ao câncer de mama, dando um foco especial nas oportunidades de redução desses problemas por meio da prevenção e detecção precoce da doença. O estudo foi escrito por Bengt Jönsson, professor de economia da saúde da Stockholm School of Economics (Suécia), e pelo professor Nils Wilking, PhD que trabalha na área de oncologia há 30 anos desde a graduação no Karolinska Institute in Stockholm (Suécia) – uma das maiores universidades médicas da Europa.
Segundo o estudo, o câncer de mama está em ascensão em países em desenvolvimento, como Brasil, África, Rússia , México, Turquia, Arábia Saudita, entre outros. Nesses países, as taxas de mortalidade são agravadas principalmente por conta do diagnóstico tardio da doença e devido ao acesso limitado da população ao tratamento. O relatório sugere, ainda, que aspectos como aumento da expectativa de vida e mudanças no estilo de vida, como o fato das mulheres terem menos filhos e realizarem intervenções hormonais, também são fatores relacionados ao aumento da taxa e que merecem atenção.
De acordo com a diretora de oncologia global da GE Healthcare, Claire Goodliffe, “as mulheres dos países recém industrializados têm certa relutância em realizar check-ups médico periódicos, e essa é uma grande preocupação. É por isso que a GE trabalha em parceria com os governos desses países para ampliar o acesso a exames de diagnóstico e apoiar ações de conscientização sobre o câncer de mama. Algumas dessas iniciativas têm apresentado excelentes resultados”, conclui.
Anos de vida saudável foram perdidos
O estudo chega a algumas conclusões sobre o impacto do câncer de mama na vida das mulheres dos países em desenvolvimento. De acordo com dados publicados, apenas em 2008, 15 milhões de anos de “vida saudável” foram perdidos no mundo, devido à morte precoce das mulheres ou mesmo por apresentarem câncer de mama. O tempo de vida saudável perdido é definido com base nos anos abreviados por morte prematura por câncer ou pelos efeitos colaterais ocasionados pela doença.
Mulheres da África, Rússia, México, Turquia e Arábia Saudita perderam até sete vezes mais dias saudáveis do que mulheres de outras partes do mundo. Além disso, o relatório sugere que uma elevada quantidade de mulheres continua morrendo por conta do câncer de mama em todo o mundo, o que aparentemente está relacionado com o acesso a exames de diagnóstico e programas de tratamento.
Qualidade de vida: um ponto de atenção
O estudo mostra também a ligação entre as taxas de sobrevivência por países e o estágio em que o câncer de mama é diagnosticado. Ele fornece mais uma prova da necessidade de detecção precoce e de tratamento da doença, o que vai ao encontro do compromisso global da GE Healthcare que, em 2012, anunciou o investimento de US$ 1 bilhão para pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias que contribuirão para o diagnóstico e tratamento do câncer.
Com as taxas de incidência de câncer de mama aumentando nos países em desenvolvimento ao longo dos últimos 50 anos, não é surpresa afirmar que o foco principal do tratamento tem sido a sobrevivência. No entanto, à medida que cada vez mais mulheres estão vivendo com a enfermidade, o estudo mostra que a qualidade de vida está se tornando um tema de mais destaque por conta da melhora das taxas de sobrevivência. Como resultado, médicos são aconselhados a medir o impacto do diagnóstico e do tratamento das pacientes que sobrevivem com base em sua qualidade de vida, para identificar quais as complicações que outras mulheres podem apresentar por conta da enfermidade e como esses problemas podem ser suavizados.
Em junho deste ano, a GE Healthcare solicitou ao instituto global de pesquisa TNS um estudo da leitura que as pessoas fazem sobre a relação dos maus hábitos e desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como o de mama. Realizado em oito países, a pesquisa revelou que, de modo geral, os adultos não associam o câncer de mama com maus hábitos, como o tabagismo, consumo de álcool em excesso ou o sedentarismo. O recorte da pesquisa para o Brasil detalha que apenas 40% dos adultos brasileiros são capazes de atribuir os fatores do estilo de vida ao aumento do risco de câncer de mama. Especialistas da Fundação do Câncer calculam que, por meio da alimentação saudável e atividade física, é possível reduzir em até 28% o risco da mulher desenvolver câncer de mama.