Os primeiros resultados dos testes com implante de stents bioabsorvíveis para desobstrução de artérias coronarianas foram obtidos esta semana no Instituto do Coração do Hospital Santa Catarina, em Uberlândia-MG. O reestudo de três pacientes submetidos ao procedimento há cerca de seis meses, revelou resultados positivos para o tratamento. Ao longo da semana, outros casos serão avaliados pelos pesquisadores.

A função do dispositivo é liberar medicamento e desobstruir o vaso sanguíneo exercendo sustentação no local. Análises das imagens do coração de pacientes após seis meses de tratamento revelaram que artérias desobstruídas com o uso do dispositivo recuperaram as funções naturais de vasomotricidade e não apresentam resquícios do dispositivo no local da intervenção. “A principal vantagem destes implantes, em relação aos convencionais, é que não se observa mais nada no local onde antes havia uma placa de gordura”, afirma o cardiologista Dr. Roberto Botelho, médico responsável pela pesquisa.

O fenômeno é considerado pelo especialista a quarta revolução na história da cardiologia intervencionista. “O primeiro avanço nesta área foi o advento da angioplastia. Na sequência o implante de stents convencionais, seguido pelo uso de stents farmacológicos. Agora podemos contar com o implante de dispositivos bioabsorvíveis”, conta o médico.

O pesquisador explica que o material é feito de ácido polilático, substância que faz parte da biologia humana. O dispositivo é integralmente absorvido pelo organismo e eliminado pela urina após exercer seu papel. O inconveniente dos implantes convencionais é que a malha de aço com a qual é confeccionado permanece no local após exercer sua função, gerando efeitos indesejados.

O estudo está sendo realizado com 400 pacientes em 100 centros de pesquisa em 15 países. Uberlândia é uma das cidades do Brasil que participa do estudo. Os outros centros no país são o Hospital Albert Einstein e o Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo.