A melhoria das condições de vida da população começou a provocar redução do índice de mortalidade por doenças cardiovasculares e em especial por AVC em pelo menos três Estados brasileiros, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A informação é da revista científica da Sociedade Brasileira de Cardiologia, ‘Arquivos Brasileiros de Cardiologia’, que divulgou pesquisa de uma equipe de médicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, segundo a qual à medida em que melhoram as condições socioeconômicas da população, as mortes decorrentes de problemas do aparelho circulatório começam a cair.
A constatação é da maior importância, segundo o presidente da SBC, Jadelson Andrade, porque as doenças cardiovasculares ainda são a maior causa de morte no Brasil, respondendo por 320 mil óbitos anuais. O tema será discutido durante o ‘68º Congresso Brasileiro de Cardiologia’, que começa no próximo sábado, dia 28, no Rio de Janeiro.
O estudo mostra que a partir do ano 2000, quando se acelerou o desenvolvimento socioeconômico brasileiro, começou a ser registrada uma melhoria da situação, chegando-se a um índice entre 300 e 400 óbitos por cem mil habitantes, que já é melhor do que os índices da Rússia, Ucrânia e Romênia, embora ainda falte muito para que o Brasil consiga taxas como do Japão, que registra 110 óbitos por cem mil habitantes.
A pesquisa, assinada pelos médicos Gabriel Porto Soares, Júlia Dias Brum, Gláucia Maria Oliveira, Carlos Henrique Klein e Nelson Albuquerque, é um dos estudos mais abrangentes já realizados no País, pois levantou os indicadores socioeconômicos a partir de 1949 e analisou a mortalidade do DataSUS entre os anos de 1980 e 2008. O estudo mostra que num primeiro momento houve importante redução da mortalidade infantil e, em seguida, à medida que há ‘elevação do produto interno bruto per capita e aumento na escolaridade’, houve forte correlação entre esses indicadores e as taxas de mortalidade cardiovascular.
Os pesquisadores lembram que como não houve redução dos fatores de risco clássicos, hipertensão arterial, diabete melito, obesidade e nível de colesterol, com exceção do tabagismo e como os procedimentos de alta tecnologia como angioplastia ainda não tem a abrangência necessária, a melhoria dos índices deve ser atribuída à melhoria socioeconômica, relacionada de forma mais efetiva com a melhor proteção oferecida à população contra a exposição a agentes infecciosos. Isso significa que também a melhoria da infraestrutura urbana, esgoto, água tratada e destinação correta do lixo tem influência positiva nos índices de mortalidade.
SERVIÇO:
68º Congresso Brasileiro de Cardiologia
Local: Riocentro
Endereço: Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro
Datas: 28 de setembro a 01 de outubro de 2013
Informações: http://congresso.cardiol.br/68/