Pesquisa comandada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) ouviu cinco mil homens em seis capitais brasileiras: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Belo Horizonte. Os resultados revelaram que 47% dos entrevistados nunca fizeram exames para detecção do câncer de próstata.

Para o oncologista Marcos França, do Centro de Câncer de Brasília (Cettro), esse é o retrato do homem brasileiro, cujos cuidados com a saúde estão bem aquém àqueles empreendidos pela mulher. “O fato é que, para combater o segundo câncer com maior incidência entre os homens, a visita periódica ao urologista é imprescindível. A doença tem bom prognóstico, desde que diagnosticada e tratada em estágio inicial”, enfatiza.

A SBU preconiza que homens iniciem o acompanhamento com o exame de toque retal por volta dos 45 anos, mas podendo iniciar aos 40 anos nos casos em que houver um elevado risco para o desenvolvimento do câncer de próstata, como é o caso de homens que apresentem diversos familiares com câncer de próstata antes dos 65 anos. “A doença não apresenta sintomas na fase precoce. O exame clínico pode indicar eventual alteração na glândula, permitindo com isso uma investigação adequada”, comenta Dr. Marcos. Com a evolução do tumor surgem sintomas relacionados ao ato de urinar, como urgência, dificuldade e maior frequência no período noturno.

Até hoje, o único fator de risco relacionado ao câncer de próstata é a idade. “Cerca de 60% dos pacientes diagnosticados têm 65 anos ou mais. Com o crescimento da expectativa de vida, o número de casos novos aumente cerca de 60% até 2015”, antecipa o oncologista.