Segundo pesquisas internacionais recém-reunidas pelo Impact Vision Institute, 2,5 bilhões de pessoas no mundo possuem problemas de visão, o que gera um prejuízo de US$ 269 bilhões em razão da queda de produtividade. Nessa conta, segundo Jean Feliz Duplan, presidente da entidade, a parcela brasileira pode chegar a US$ 7 bilhões – cerca de 40 milhões de brasileiros não têm acesso a medidas corretivas.

Para o oftalmologista Edney de Resende, do Hospital Oftalmológico Pacini, o próprio ambiente de trabalho tem afetado de diferentes formas a saúde ocular. Entre as principais queixas está a chamada Síndrome da Disfunção Lacrimal ou Síndrome do Olho Seco. “Devido a um mecanismo de atenção que se ativa quando estamos em frente ao computador e que se denomina ‘atenção ativa’, inibimos o mecanismo autônomo do pestanejar. Com isso, a distribuição e a qualidade do filme lacrimal ficam comprometidas, podendo gerar alterações da superfície do olho”, descreve.

De acordo com o especialista, o clima seco de Brasília, o grande número de funcionários públicos e a arquitetura com grande dependência do ar-condicionado predispõem à alteração. “Ela está relacionada a 20% das consultas e acomete entre 15% e 40% da população, sendo mulheres e idosos os mais atingidos”, destaca.

Prevenção é palavra chave e as empresas devem estar atentas a isso. Medidas simples como o correto posicionamento do monitor – na altura ou abaixo da linha dos olhos – são eficazes. “Sempre sugerimos também o uso de umidificador ou, ao menos, um recipiente com água no ambiente para aumentar a umidade relativa do ar. Também é importante realizar uma pausa de, pelo menos, dez minutos a cada hora frente ao computador. No mais, é evitar ambientes com características hostis, como ar condicionado ou aquecedores em funcionamento excessivo, e buscar assistência especializada diante de sintomas”, conclui.