Fumaça e explosivos podem causar traumas oculares irreversíveis
Comidas típicas, quentão, quadrilha e acidentes. Infelizmente, a temporada de São João não é marcada só por festas. Nos prontos-socorros é comum a admissão de pacientes que sofreram queimaduras e traumas em decorrência dos fogos de artifício. No âmbito da visão, ocorrem queimaduras na córnea, perfuração do globo ocular, catarata por trauma contuso e até descolamento de retina.
Segundo Dr. Mario Pacini, do Hospital Oftalmológico Pacini, pequenos fragmentos liberados durante as explosões costumam ser os responsáveis pelas intercorrências. As fogueiras que aquecem as noites de junho e julho também trazem problemas: “A fumaça pode conduzir a quadros de conjuntivite alérgica ou edema de pálpebra. Ardor, desconforto e lacrimejamento são sinais de agressão aos olhos”, descreve o oftalmologista.
A primeira medida, em caso de acidente, é buscar assistência médica imediata. Não se deve lavar ou esfregar os olhos antes que o especialista avalie o caso. “Em geral, ocorre intensa sensibilidade à luz e dificuldade para abrir os olhos”, completa Dr. Mario Pacini.
No caso de abrasão da córnea, curativos oclusivos e pomadas cicatrizantes serão suficientes para reverter o quadro. “Contudo, se houver perfuração tecidual, será necessária inspeção do globo para verificação de corpo estranho e, depois, realização de sutura. Em caso de catarata por trauma contuso ou descolamento de retina, cirurgias específicas serão propostas”, esclarece. Embora a maior parte das lesões seja leve ou moderada, não se pode subestimar o poder de um objeto explosivo sobre os olhos: “O correto é manter distância das explosões”.