Notícias recentes têm mostrado que grandes empresas do setor de TI (Tecnologia da Informação) estão colocando a mão na massa para desenvolver sistemas que auxiliem a indústria farmacêutica a implantar soluções de serialização para medicamentos, que permitam rastreabilidade em toda a cadeia produtiva. Este é o sinal de que a serialização de medicamentos já é uma realidade. E as indústrias farmacêuticas já estão se preparando para implementar soluções e adquirir equipamentos que possibilitem a impressão e o controle de cada embalagem que sai da linha de produção.
A Lei 11.903, sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 14 de janeiro de 2009, criou o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos. Desde então a indústria farmacêutica precisou estudar todos os processos que devem ser aplicados no chão de fábrica e nas etapas seguintes de distribuição e venda do medicamento. Os fornecedores de hardware e software também investem tempo e dinheiro para colocar no mercado pacotes com tecnologia e maquinário que atenderão estas demandas.
A lei citada dispõe sobre o rastreamento da produção e do consumo de medicamentos por meio de tecnologia de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados. A codificação necessária para atender a esta normativa visa criar uma espécie de RG para cada embalagem produzida. Assim cada medicamento terá um IUM (Identificador Único do Medicamento). A ideia é que se saiba todo o histórico do produto, desde sua fabricação, passando pelo distribuidor e chegando ao ponto de venda (farmácias e drogarias). O cenário perfeito é que ao comprar um remédio, o consumidor consiga por meio do código 2D (bidimensional) ter todas as informações compiladas e confirmar que aquele é um medicamento original.
Ainda pairam algumas dúvidas nos profissionais que estão dentro das indústrias farmacêuticas sobre como proceder e quanto será preciso desembolsar para atender ao Sistema Nacional de Controle de Medicamentos. Mas é importante dizer que ao procurar por fornecedores será possível entender quais são os sistemas e equipamentos necessários. Como já é possível perceber, há uma oportunidade para toda a cadeia fornecedora que está debruçada no desenvolvimento de tecnologias e ávida por parcerias que possibilite oferecer os pacotes com solução, máquinas de codificação e equipamentos de leitura.
Não há mais motivos para que os laboratórios deixem o tempo passar e que sejam surpreendidos com os prazos, que estão no limite. Aliás, a partir do segundo semestre deste ano as orientações devem ser estabelecidas definitivamente. E há chances de que, no início de 2013, será preciso ter parte dos sistemas de rastreabilidade funcionando no chão de fábrica, o que inclui toda estrutura para impressão e leitura dos códigos bidimensionais, com integração com os MES (Manufacturing Execution Systems) e os ERPs (Entreprise Resource Planning).
Vale a pena buscar informações. O que não faltam são eventos realizados por entidades ligadas ao setor. E, com certeza, ao buscar as possibilidades de forma antecipada, os laboratórios encontrarão um território fértil para conseguir melhores planos de investimentos e sair na frente para colocar a rastreabilidade como diferencial ao consumidor final. Aliás, muito dos recursos investidos em produção podem ir para o ralo ao se ter cargas desviadas e falsificação desenfreada dos medicamentos. Ter o controle na mão do consumidor é uma arma poderosa para fechar esta torneira de cifras perdidas com a ilegalidade.
*Wagner Gennari é gerente de vendas do departamento de codificação industrial da Sunnyvale. O executivo é formado em Administração de Empresas pela PUC-SP, pós-graduado em marketing pela ESPM de São Paulo e possui MBA pela UAI (Adolfo Ibáñez Unversity), de Santiago de Chile. Conta com 20 anos de experiência nas áreas de marketing, vendas e desenvolvimento de canais de vendas.