As baixas temperaturas que acompanham o inverno pedem cuidados redobrados com a pele. O tempo frio traz aquela vontade por banhos quentes e demorados, e influencia a redução da quantidade de água ingerida ao longo do dia.

A pele possui uma oleosidade natural que ajuda a impedir a penetração de bactérias, fungos, vírus e poluentes do ar. Durante o inverno, há menor sudorese e redução na ativação das células que produzem o manto hidrolipídico, uma das das camadas de proteção da pele. Fatores como esses somados ao hábitos de banhos quentes e demorados, e pouca ingestão de água ao longo do dia, reduzem a proteção natural da pele, comprometem sua hidratação e a tornam mais suscetível à irritações e doenças.

Segundo a dermatologista consultora da Netfarma (http://www.netfarma.com.br) e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dra. Flávia Martelli, o ressacamento pode acarretar ou agravar diversos problemas de pele. Confira abaixo o quatro problemas de pele mais comuns no inverno, e dicas de tratamento e prevenção da especialista.

Dermatite atópica (ou eczema atópico) – Popularmente chamada de “rinite na pele”, a dermatite atópica é originada por tendência genética e causa deficiências de hidratação no organismo. “É mais comum – e geralmente pior – na infância, e deve ser tratada ao longo da vida”, diz a Dr. Flávia Martelli. Os sintomas são coceiras e lesões agravantes que podem formar crostas e liberar secreções. Para tratar, é necessário evitar banhos quentes e demorados, abandonar o uso de buchas nas áreas afetadas e hidratar bem a pele após o banho. “O sabonete também deve ser revisto. O ideal é dar preferênc ia aos de ph mais baixo, próximo de 5, que são os que mais se aproximam do ph da pele, chamado de ph fisiológico”, completa.

Eczema – Trata-se de inflamações que surgem em decorrência do contato com substâncias irritantes ou alergias, e são agravadas no inverno pela redução do manto de proteção da pele – típico da temporada. Ainda que não seja uma doença grave, a dermatologista consultora da Netfarma recomenda procurar um especialista para tratamentos mais específicos. “É preciso deixar o hábito de banhos demorados e quentes para não retirar a proteção natural da pele. Também é importante evitar coçar as manchas e feridas que podem surgir no corpo”, aconselha Flávia Martelli.

Dermatite seborreica – É caracterizada por placas avermelhadas e descamativas, ou descamação esbranquiçada no couro cabeludo, rosto e tórax. O tempo frio do inverno favorece o surgimento desta dermatite . “A soma de banhos quentes, tempo seco e frio e, em muitos casos, fatores emocionais como o estresse, pioram o quadro seborreico”, conta a dermatologista. O tratamento da dermatite seborreica pode ser feito através da aplicação de medicamentos na pele e no couro cabeludo, desde que recomendados por um especialista que avalia a gravidade de cada caso.

Psoríase – Manchas avermelhadas e descamativas formando placas, usualmente nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo são os principais sintomas dessa doença inflamatória. Ela também pode acometer qualquer área do corpo, como pálpebras, por exemplo. “A psoríase tem origem desconhecida, provavelmente genética, e seu surgimento pode estar ser associado à baixa exposição solar, estresse emocional e até ao uso de medicamentos. Não é uma doença contagiosa e geralmente se intensifica na época do frio pela menor incidência de radiação ultravioleta típica do inverno”, afirma a especialista consultora da Netfarma. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, 30% dos c asos são associados ao fator hereditário, ou seja, com familiares acometidos, e a frequência maior é detectada em homens e mulheres na faixa etária entre 20 e 40 anos. Estima-se que o Brasil tenha 3 milhões de pessoas com a doença. Como não há cura para psoríase, o objetivo do tratamento é controlar os sintomas. “Fototerapia, cremes, imunossupressores, corticóides e medicamentos integram as opções do tratamento.”

Para prevenir que a pele fique desidratada e suscetível à doenças, vale apostar em hidratantes corporais à base de ureia, óleos vegetais e antioxidantes. Além disso, a especialista consultora da Netfarma faz alerta para mudança nos hábitos de banho. “É preferível um banho morno e a utilização de sabonetes neutros, pois são os que menos ressecam a pele”, completa.