A Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro vai encaminhar até o fim desta semana ao Ministério Público Estadual uma denúncia contra a secretaria municipal de Saúde. Domingo (13), o presidente da comissão, vereador Carlos Eduardo Mattos (PSB), realizou uma vistoria no hospital municipal Souza Aguiar, no centro da cidade, e constatou falta de médicos. Segundo ele, na última sexta-feira (11) três crianças que estavam internadas na unidade em estado grave foram transferidas para outros hospitais porque no plantão do dia seguinte não haveria médicos no setor. De acordo com o vereador, um dos pacientes seria uma criança de três meses com suspeita de influenza A (H1N1) – gripe suína.
“É uma situação flagrante de descaso. Nós conversamos com funcionários do hospital que nos confirmaram que não há médicos nos plantões de sábado e de pelo menos mais um dia da semana. Nos demais dias, só há um médico quando na verdade deveria haver dois. Por isso, não se pode internar ninguém, por exemplo, na sexta porque no sábado não haverá continuidade do tratamento. O CTI [Centro de Tratamento Intensivo] infantil está tecnicamente fechado e os plantões, feridos de morte”, afirmou ele, que realizou a vistoria acompanhado do presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze.
O vereador informou que durante a visita ao hospital havia apenas uma criança internada e outros cinco leitos ociosos. “Encontramos uma criança e uma médica em um CTI bem equipado, mas com falta de recursos humanos”, acrescentou.
Ele reclama de má gestão por parte do município. Segundo Mattos, essa situação não é específica do Souza Aguiar, mas outras unidades também sofrem descaso, como o CTI infantil da maternidade Leila Diniz, na Barra da Tijuca, zona oeste, que está fechado há mais de um ano, embora tenha equipamentos novos e modernos.
A Secretaria Municipal de Saúde negou, por meio da assessoria de imprensa, que o CTI do hospital Souza Aguiar sofra com falta de médicos. De acordo com o órgão, os plantões estão sendo realizados normalmente e há intensivistas na unidade 24 horas por dia. Além disso, a secretaria também afirmou que o CTI da maternidade Leila Diniz permanece fechado, sem previsão de abertura, porque o município ainda está trabalhando para viabilizar o preenchimento das vagas.
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