A partir de imagens fornecias pela Tomografia Computadorizada, uma impressora vai moldando aos poucos um pé, uma mão, uma cabeça e inúmeras outras partes do corpo humano que precisam de uma análise mais detalhada do médico antes da cirurgia. Parece até uma cena extraída de um filme de ficção científica, mas a tecnologia é real e tem transformado a medicina, tornando-se importante aliada no planejamento de cirurgias complexas, implantes e localização de tumores. Usada pela primeira vez em 1984 pelo norte-americano Charles Hull, a impressora 3D hoje é ferramenta importante para uma infinidade de aplicações que a criatividade humana fornece para a máquina. E a medicina certamente está entre as mais importantes.

Criado a partir de imagens da Tomografia Computadorizada, o protótipo – ou biomodelo, como é conhecido – é uma réplica anatômica com as mesmas formas, medidas e dimensões das estruturas originais do corpo humano impressas com perfeição nunca vista antes. Em Campinas, cidade no interior do estado de São Paulo, a Clínica Avançada OrtoBone foi uma das primeiras a utilizar a técnica no Brasil. De acordo com o ortopedista José Carlos Barbi, a impressão tridimensional da tomografia gera uma série de benefícios tanto para o paciente como para o médico. “O uso da tecnologia oferece vantagens como a redução do tempo de cirurgia, a preservação das estruturas e tecidos não lesionados e a certeza de que o cirurgião não terá nenhuma surpresa ao realizar o procedimento”, explica o ortopedista.

Há mais de três anos utilizando a tecnologia, Barbi se orgulha dos protótipos impressos, a maioria formada por pés, tornozelos, pernas e colunas de pacientes que, por motivos diversos, foram orientados a fazer uma tomografia em 3D. “A precisão dos detalhes na impressão da tomografia em 3D é tão notável que é como se pudéssemos tocar previamente o interior do paciente, o que permite um estudo antecipado do procedimento cirúrgico, sem que haja surpresas”, diz.

“Os dados da Tomografia Computadorizada são encaminhados para os pesquisadores do CTI, que preparam um molde em 3D e o encaminham para a impressora, que começa a montar o objeto, depositando o material escolhido camada por camada. Quando todas as camadas forem construídas, o objeto está pronto e é encaminhado para nós o molde exato, em tamanho real, da parte do corpo que será estudada”, conta.

A tecnologia está disponível sem custos para casos mais complexos. Mas, para isso, o especialista tem que comprovar a necessidade por meio de uma carta ao Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), serviço vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, do qual o especialista integra a equipe de pesquisadores associados.

Serviço:

Clínica Avançada OrtoBone

Endereço: Av. Dr. Heitor Penteado, 1405 – Taquaral

Telefone: (19) 3212 0007

Atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.