Após mais de uma década dedicada à promoção da saúde populacional no Brasil, a ASAP – Aliança para Saúde Populacional anunciou a suspensão de suas atividades por tempo indeterminado. Fundada em 2011, a entidade sem fins lucrativos deixa uma marca importante no cenário da saúde corporativa, tendo contribuído significativamente para a disseminação de práticas sustentáveis e centradas no cuidado com as pessoas.
Durante seus 13 anos de atuação, a ASAP reuniu empresas, gestores, especialistas e profissionais em torno de um modelo de gestão em saúde baseado em valor. Promoveu eventos, estudos, formações e articulações intersetoriais com foco na prevenção, no uso estratégico de dados e na eficiência. Sua principal bandeira foi defender uma abordagem integrada e individualizada como caminho para a sustentabilidade de empresas e operadoras de saúde.
“Encerramos este ciclo com a certeza de que cumprimos nossa missão. Conseguimos colocar a saúde populacional na agenda das lideranças e provocamos reflexões importantes sobre o cuidado com as pessoas. Nosso trabalho influenciou práticas, políticas e investimentos com impactos reais”, afirma Paula Campoy, presidente da ASAP.
Rede colaborativa e impacto estratégico
A aliança também foi pioneira na criação de uma rede colaborativa entre empresas comprometidas com a qualidade de vida de seus colaboradores, ajudando a consolidar a visão de que saúde é investimento, e não custo. Essa atuação foi decisiva para amadurecer o debate sobre o papel estratégico da saúde dentro das organizações.
“O legado da ASAP está nas conexões que construímos e no conhecimento que disseminamos – não só para as empresas associadas, mas para toda a sociedade e os gestores da saúde suplementar”, reforça Ricardo Ramos, diretor técnico da entidade.
Desafios do setor e a urgência da pauta
A decisão de suspender as atividades foi tomada após um processo de reflexão interna, em meio a desafios estruturais que espelham a realidade do setor: restrições orçamentárias, foco excessivo em resultados de curto prazo e baixa priorização da saúde nas agendas corporativas. Ainda assim, a diretoria da ASAP destaca que o tema segue mais atual do que nunca.
“O que vivemos hoje reflete os desafios do mercado de saúde. Mas, diante das transformações demográficas, econômicas, regulatórias e tecnológicas, a gestão da saúde populacional não é apenas relevante – é essencial. Acreditamos que os frutos do nosso trabalho continuarão gerando resultados, e esperamos que, em um futuro próximo, essa pauta retorne com ainda mais força”, conclui Paula Campoy.
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