O Ministério da Saúde anunciou, por meio da publicação da portaria GM/MS nº 9.760 no Diário Oficial da União (DOU), a destinação de R$ 1 bilhão para o fortalecimento de 3.498 hospitais filantrópicos e Santas Casas em todas as regiões do Brasil. A medida faz parte do programa Agora Tem Especialistas e integra um novo modelo de financiamento do setor. Esse modelo prevê o reajuste anual dos valores pagos pelos procedimentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), com base na produção hospitalar registrada no ano anterior, substituindo a antiga Tabela SUS e representando um avanço significativo na gestão dos recursos destinados à saúde pública.

“Com R$ 1 bilhão em reajustes para os filantrópicos, o programa Agora Tem Especialistas consolida o caminho de superação definitiva da antiga Tabela SUS. O novo modelo de financiamento garante reajustes anuais para os filantrópicos em geral e valores que variam de duas a três vezes a antiga Tabela SUS para os combos de consultas, exames e cirurgias, estimulando a redução do tempo de espera nas filas e o atendimento completo às pessoas que precisam de atenção especializada no SUS”, afirma Alexandre Padilha, ministro da Saúde.

O repasse será realizado, a partir de janeiro, em parcela única,  diretamente aos fundos estaduais e municipais de saúde. Serão R$ 800 milhões destinados ao custeio de procedimentos e R$ 200 milhões ao incremento do Teto de Média e Alta Complexidade dos estados. O cálculo do valor a ser repassado considera a produção hospitalar do ano anterior e adota percentual estimado de cerca de 4,4%, superior ao aplicado em 2024, que foi de aproximadamente 3,5%.

Iniciativas estaduais

Os mutirões cresceram 375%, somando 127 mil procedimentos realizados em 2025.
Foto: Walterson Rosa/MS

O reajuste promovido pelo governo federal amplia a capacidade de estados e municípios de cumprir suas obrigações constitucionais no financiamento da saúde e de fortalecer os prestadores locais do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora a coparticipação de estados e municípios seja uma exigência constitucional, grande parte dos recursos que viabilizam essas iniciativas tem origem federal. Essas ações são consideradas essenciais para o fortalecimento da rede assistencial em todo o país.

Segundo Padilha, o Sistema Único de Saúde (SUS)  se sustenta por políticas públicas inteligentes, incentivos bem desenhados e financiamento alinhado à realidade do serviço prestado. “Essa decisão demonstra maturidade técnica, responsabilidade federativa e compromisso com resultados concretos”, reforça o ministro.

Atenção especializada

O investimento fortalece o programa Agora Tem Especialistas, que reorganiza o financiamento da atenção especializada no SUS e cria incentivos nacionais. Ao apoiar financeiramente os hospitais filantrópicos, a iniciativa amplia atendimentos, oferece maior previsibilidade aos prestadores e reduz desigualdades regionais no acesso à saúde especializada.

“O Agora Tem Especialistas atua na raiz do problema. É uma resposta federativa e estruturante, que garante que o acesso ao atendimento especializado não dependa do CEP do cidadão”, destaca Padilha.

Conforme dados do Ministério da Saúde, 2025 termina com mais de 127 mil procedimentos realizados para pacientes do SUS em todo o país, através dos supermutirões, que cresceram 375%, desde sua primeira edição, em julho. Em um único fim de semana, foi realizado o maior mutirão da história do SUS, com 59,3 mil procedimentos, de forma simultânea em todos os estados e no Distrito Federal.

A estratégia mobilizou quase 200 unidades de saúde, incluindo hospitais universitários, institutos federais e 134 Santas Casas, com atuação integrada em áreas como oncologia, cardiologia, ortopedia, ginecologia, oftalmologia e otorrinolaringologia.