A MGI Tech Co., Ltd. (MGI) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ampliaram sua colaboração na área de diagnóstico laboratorial, com foco no fortalecimento da vigilância epidemiológica e da medicina personalizada no Brasil. A nova fase da parceria envolve a Unidade de Apoio ao Diagnóstico (UNADIG), laboratório da Fiocruz dedicado à saúde pública, que passará a contar com novas tecnologias de sequenciamento genético fornecidas pela MGI.
A parceria entre as duas instituições teve início durante a pandemia de Covid-19, quando a UNADIG utilizou os extratores automatizados da MGI para processar mais de 3 milhões de amostras. Desde então, o laboratório expandiu sua atuação e incorporou outras plataformas de diagnóstico, incluindo o sequenciamento genético.
Novas tecnologias para ampliar capacidade diagnóstica
Com o novo acordo, a UNADIG continuará a realizar testes moleculares (RT-PCR) e iniciará uma nova etapa com exames baseados em DNA. A expectativa é processar mais de 2 mil amostras semanais para diagnóstico de doenças infecciosas, genéticas e de diferentes tipos de câncer — como de mama, ovário, colorretal e próstata — além de análises específicas de genes relacionados a cânceres hereditários ou esporádicos.
A estrutura laboratorial da UNADIG inclui dois centros de alto desempenho: o Laboratório de Diagnóstico Clínico (DCLIN), com capacidade para até 29 mil amostras por dia, e o Laboratório de Diagnóstico Molecular (DIMOL), que processa entre 9 mil e 15 mil testes de RT-PCR diariamente.
Para viabilizar a ampliação das análises, a Fiocruz adquiriu novos equipamentos da MGI, incluindo 14 unidades do extrator de ácidos nucleicos MGISP-960, além de sistemas automatizados para preparação de bibliotecas genômicas, sequenciamento e armazenamento de dados. Segundo os responsáveis, os equipamentos devem aumentar a agilidade e precisão dos exames, reduzindo o risco de contaminação e erros laboratoriais.
Impacto no acesso e na resposta a doenças
A proposta é que a nova infraestrutura ajude a acelerar diagnósticos de alta complexidade, ampliar o acesso da população a esses exames e melhorar a resposta a surtos epidemiológicos. “Nosso foco está em transformar o cuidado em saúde por meio de diagnósticos mais rápidos e acessíveis, o que pode ter impacto direto na gestão de doenças oncológicas e infecciosas”, afirma Carlos Carpio, diretor da MGI na América Latina.
Para Erika Martins de Carvalho, coordenadora da UNADIG-RJ, a adoção de tecnologias de automação tem potencial para tornar os processos laboratoriais mais eficientes. “O uso de ferramentas de medicina de precisão contribui para diagnósticos mais precoces, tratamentos direcionados e uso mais racional dos recursos do sistema de saúde”, afirma.
Expansão no Brasil
Além da parceria com a Fiocruz, a MGI vem ampliando sua atuação no país. Em 2024, a empresa inaugurou um centro de demonstração em São Paulo, com o objetivo de oferecer treinamentos técnicos e suporte para profissionais da área laboratorial.
No mesmo ano, firmou acordos com redes privadas como Dasa, Grupo Sabin e Oncoclínicas&Co para expandir o uso de testes genéticos voltados ao diagnóstico de cânceres, doenças raras e outras condições. A estratégia visa consolidar o uso do sequenciamento genético como ferramenta complementar na medicina personalizada.