Glosas médicas são recusas de pagamento feitas por operadoras de saúde a clínicas e hospitais, geralmente decorrentes de falhas administrativas ou divergências na cobrança de procedimentos. Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), os prejuízos chegaram a 17% das contas no primeiro trimestre de 2025.

Esse tipo de dificuldade no reembolso dos planos de saúde representa um potencial de perdas bilionárias no orçamento das instituições. Em contrapartida, o uso de softwares de gestão tem se expandido entre clínicas e hospitais brasileiros, oferecendo uma alternativa para reduzir esses erros.

Glosas médicas podem impactar o orçamento

Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam que, no primeiro trimestre de 2025, as despesas dos planos de saúde somaram R$ 92 bilhões. Com um déficit de 17% nos pagamentos a estabelecimentos de saúde, o valor retido chega a quase R$ 16 bilhões, demonstrando o impacto financeiro desse problema.

Além disso, um levantamento da Conclínica, empresa especializada em softwares para confirmação de consultas e gestão de clínicas, revelou que 52% dos estabelecimentos com mais de dois anos de operação enfrentam dificuldades para lidar com reembolsos.

O relatório também indica que problemas com recebíveis de planos de saúde prejudicam a relação com pacientes: 60% deles apontam esse fator como um dos principais desafios para a fidelização.

Outro ponto crítico é o prazo de pagamento, atualmente de quase 74 dias, que compromete o fluxo de caixa e gera ineficiências na rotina das clínicas.

A imagem é um close-up que foca nas mãos de uma pessoa digitando em um teclado de computador.

As unhas da pessoa estão pintadas com esmalte preto. Em primeiro plano, no canto inferior direito, há um estetoscópio preto, indicando que a pessoa é uma profissional de saúde.

Software de gestão ajuda a mudar o cenário

Segundo relatório da Doctoralia, 73% das clínicas brasileiras já utilizam algum tipo de software de gestão, que vem transformando a rotina de estabelecimentos de saúde em todo o país.

Além de otimizar processos clínicos, como agendas, prontuários e exames, essas ferramentas contribuem diretamente para a gestão financeira. Entre os principais recursos estão:

  • Organizar contas: cadastro centralizado de contas bancárias que facilita a conferência e reduz erros que podem gerar glosas.
  • Fazer lançamentos na agenda: registro de pagamentos realizados pelos pacientes, garantindo transparência e evitando divergências.
  • Avaliar custos fixos e variáveis: categorização das despesas que aumenta a previsibilidade financeira e ajuda a justificar cobranças em caso de contestação.
  • Manter os pagamentos em dia: acompanhamento de vencimentos e quitação dentro do prazo, evitando inconsistências que levam a recusas.
  • Criar demonstrativos: relatórios detalhados com valores recebidos e glosados, fornecendo base para análise e redução das recusas de pagamento.

De forma geral, esses softwares contribuem para reduzir glosas médicas por meio de maior organização e planejamento. Ao mesmo tempo, fortalecem a saúde financeira de clínicas e hospitais, promovendo mais eficiência na gestão do setor.