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Inovação: como a inteligência de dados impacta na saúde

Article-Inovação: como a inteligência de dados impacta na saúde

Crédito: Pixabay big data_abstrato.jpg
Melhor custo-benefício, inovação e destacar evidências estão entre as facilidades que a tecnologia pode trazer para o setor

A velocidade de experimentação e adoção de novas tecnologias por parte dos indivíduos cria grandes dificuldades para empresas e governos, uma vez que a referência dos usuários está a frente daquilo que lhes é oferecido por ambos. Do ponto de vista do negócio, é fundamental termos em mente que parte da sociedade é sempre a primeira a ter contato - em escala -  com novas tecnologias. Quando se trata da área da saúde (que é um dos mais sensíveis segmentos), a utilização de soluções tecnológicas aliadas à transformação digital são essenciais para facilitar a gestão, impulsionar a inovação e trazer agilidade e segurança para o paciente, tanto do ponto de vista da burocracia, como na necessidade de uma intervenção cirúrgica mais atual. 

Diferente da máxima em inovação que buscamos solucionar o problema de alguém, na saúde a prevenção é a palavra de ordem. Mas, segundo pesquisa da Anahp/PoderData “O que pensam os brasileiros sobre a saúde no Brasil?”, os cidadãos atendidos pelo SUS consideram a saúde como umas de suas prioridades, porém 71% não fazem atividades voltadas à prevenção e promoção de cuidados. E entre os usuários de plano de saúde o índice é ainda mais alto: 82% não participam das iniciativas de prevenção oferecidas pelas operadoras. Os dados demonstram que não há uma cultura de prevenção no Brasil, mesmo sabendo que um diagnóstico precoce pode poupar a saúde física e econômica dos pacientes, além de promover redução de custos para os hospitais e planos de saúde. 

Na saúde o futuro passa pelo big data

O big data é um processo que consiste na extração de informações relevantes a partir de um volume elevado de dados, ajudando muitas empresas em suas tomadas de decisão nos negócios. Para a saúde, os dados podem ajudar os pacientes a terem um papel ativo em sua própria condição física, não apenas tratando e gerenciando seu estado atual, mas também prevenindo futuras complicações. As pessoas podem ser capacitadas por meio de escolhas de estilo de vida – como dieta, exercícios e adesão à medicação – para assumir o controle de sua saúde.

A integração adequada e a aplicação de ferramentas de big data podem promover cuidados baseados em evidências que são personalizados para cada paciente. Idealmente, todos os prestadores de cuidados podem ter as mesmas informações sobre um determinado paciente e estarão trabalhando em direção a um objetivo semelhante. Os dados podem melhorar os resultados, reduzindo os erros médicos.

O big data será usado para garantir a relação custo-benefício dos cuidados de saúde por meio de diferentes métodos, como reembolso do resultado do paciente e eliminação de fraudes, desperdícios e abusos no sistema. Os dados podem nos ajudar a combinar melhor o conjunto de habilidades do provedor com as necessidades do paciente e permitir a avaliação de provedores específicos e seus resultados comprovados para que os pacientes recebam os melhores cuidados médicos.

Também serão usados para melhorar a inovação não apenas por meio de terapias e cuidados específicos, mas também aumentando a eficiência e a eficácia dos próprios “motores de inovação”. Utilizando dados de ensaios anteriores, bem como analisando tendências de informações atuais, os inovadores poderão abordar todos os aspectos da inovação terapêutica – descoberta, desenvolvimento e segurança.

Mas, ainda precisamos fazer o básico no Brasil

Segundo a Agência Senado, o orçamento previsto para a área da saúde em 2023 é o mais baixo desde 2014. As despesas primárias no setor, que alcançaram R$ 203,8 bilhões no auge da pandemia de coronavírus em 2021, devem cair para R$ 146,4 bilhões em valores reais corrigidos pela inflação. 

O Conselho Nacional de Saúde (CNS), encaminhou em outubro de 2022, uma carta para a Relatoria da Saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciando a retirada de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para 2023. O valor do orçamento do Ministério da Saúde está fixado em R$ 149,9 bilhões, o que representa uma redução de R$ 22,7 bilhões, quando comparado a 2022. As perdas podem chegar a R$ 60 bilhões se considerarmos o Teto de Gastos, que tem congelado recursos desde 2018.

Como ser agente de transformação dessa realidade?

Tudo começa na mentalidade! Inovação é cultura e não ferramenta. Estruturas rígidas e isoladas não sobreviverão a esse mundo. A inovação deve fazer parte da cultura organizacional para que uma empresa se mantenha sempre à frente, por isso é necessário entender o que os clientes - internos e externos - realmente precisam. A pandemia da Covid 19, por exemplo, trouxe desafios e aprendizados para todos que estão envolvidos na área da saúde de modo geral. E o que ficou é que práticas inovadoras, podem ampliar o acesso, além de dar mais eficiência aos processos. 

Precisamos aprender que a inovação não está restrita a uma área da empresa ou limitada a poucos profissionais específicos. Cada pessoa que compõe o time de uma companhia pode trazer ideias inovadoras para os negócios, afinal inovar não é um projeto pontual, mas sim uma prática contínua que precisa fazer parte da cultura organizacional das empresas. Busque inspirações com outras pessoas, com outras áreas.  Não tenha medo de errar e principalmente, escute seu cliente, saiba qual sua verdadeira dor e, assim, coloque suas ideias em prática.

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Camilla Gurgel é diretora executiva & partner na 16 01, consultoria de inovação responsável por projetos entregues para Bayer, SICREDI, Unilever, Ambev, Nestlé, Google, Cubo Itaú, Uber e Gerando Falcões.