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O futuro das realidades aumentada e virtual

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Aplicações de última geração ilustram o potencial que as novas tecnologias oferecem aos setores de saúde, logística e varejo

A realidade aumentada (AR) e a realidade virtual (VR) oferecem caminhos para experiências que, mesmo não sendo exatamente "reais", acessam domínios empíricos alternativos e combinados que podem melhorar a vida cotidiana. Os setores de viagens, esportes com espectadores e, é claro, de jogos digitais são arenas repletas de oportunidades em uma futura acessibilidade genuinamente universal. Mas as aplicações de lazer e entretenimento estão longe de ser as únicas maneiras pelas quais a AR e VR se espalharão em nosso mundo predominantemente digital.

A seguir, veremos três aplicações industriais de AR e VR sendo exploradas por líderes digitais em todo o mundo — onde vidas são salvas, tarefas manuais são automatizadas e experiências de compras são aprimoradas.

AR e VR: o que são?

Antes de pular para as discussões específicas sobre como AR e VR são aplicadas no mundo real, vale a pena dar um passo para trás e diferenciar essas duas tecnologias, que são muitas vezes combinadas.

Realidade virtual - a VR é uma experiência completamente simulada que pode ser semelhante ou completamente diferente do mundo real. Os sistemas de realidade virtual usam fones de ouvido ou ambientes multiprojetados para gerar imagens, sons e outras sensações realistas que simulam a presença física de um usuário em um ambiente virtual. É possível ver o mundo artificial, mover-se nele e interagir com recursos ou itens virtuais.

Realidade aumentada - a AR é uma experiência interativa de um ambiente do mundo real no qual os objetos que residem no mundo real são aprimorados por informações perceptivas geradas por computador — às vezes por meio de vários sistemas sensoriais. É uma combinação entre mundos real e virtual, interação em tempo real e imagens tridimensionais (3D) precisas de objetos virtuais e reais. A experiência sobreposta é entrelaçada com o mundo físico e percebida como um ambiente integrado e imersivo.

Como os hologramas estão revolucionando a cardiologia

A arritmia cardíaca (batimento cardíaco irregular) é uma doença potencialmente grave, muito mais comum do que você pode imaginar. Cerca de 5% da população dos EUA tem arritmia, que pode levar a infartos, desmaios e até a morte.

Uma das opções de tratamento para arritmia é a ablação por cateter, que usa energia térmica por radiofrequência para queimar uma pequena área do tecido cardíaco e interromper os batimentos cardíacos irregulares. Normalmente, um eletrocardiologista precisa combinar mentalmente várias imagens bidimensionais (2D) do coração exibidas em diferentes monitores em tempo real para determinar em qual tecido fazer a remoção durante o procedimento.

A equipe do casal Dr. Jonathan Silva e Dra. Jennifer Silva, da Washington University em St. Louis, criou o Enhanced Electrophysiology Visualization and Interaction System (ĒLVIS) para ajudar os médicos a visualizarem o interior do coração durante os procedimentos de ablação. O ĒLVIS combina o software AR com o fone de ouvido HoloLens da Microsoft para converter dados eletroanatômicos e de cateter disponíveis comercialmente em uma imagem holográfica 3D do coração do paciente com localizações de cateter em tempo real. O médico otimiza a visualização gesticulando para controlar o fone de ouvido e mover o interior da imagem 3D do coração.

O potencial de melhoria no atendimento ao paciente e economia de custos a longo prazo tornam esta implementação de RA extremamente atraente. Segundo informações da Washington University, esse novo procedimento já demonstrou melhorar a precisão dos procedimentos de ablação. Os possíveis benefícios incluem uma menor necessidade de repetir procedimentos e duração reduzida do procedimento, resultando em uma economia projetada de US$ 370 milhões anualmente.

Maior eficiência em operações de reparo do setor aéreo

A pandemia de Covid-19 afetou profundamente as operações de manutenção e reparo (MRO) e logística do setor de transporte aéreo. No entanto, de acordo com a publicação do Reino Unido Aviation Business News, o uso de AR e VR está ajudando as empresas a superar os desafios operacionais, resultando em maior eficácia e menores despesas. As empresas de logística de MRO investiram em VR e AR, levando a um melhor serviço aos clientes, tornando os processos mais eficientes e aumentando o desempenho.

Por exemplo, um provedor suíço de logística implementou AR em suas operações em muitos elementos dos processos de logística da empresa, implantando um conceito chamado "automação de processos robótica" e usando AR em suas operações de logística MRO e unidades de negócios para automatizar processos.

O Grupo FIEGE é outro líder digital que implementa estratégias de AR e VR como parte de uma iniciativa de transformação digital abrangente. A estratégia de AR/VR da empresa de logística global é um elemento essencial de sua arquitetura de infraestrutura digital de próxima geração, que também inclui a automação de operações de armazém por meio de óculos AR/VR para gerenciamento e preenchimento de estoque em tempo real, inventário assistido por drones, robôs para movimentação de estoque, IoT, análise social e implementações de gêmeos digitais. A empresa faz uso de uma solução AR do tipo "escolha por visão" que permite aos funcionários da FIEGE usar óculos inteligentes para selecionar o estoque - economizando um tempo valioso no atendimento de pedidos e gerenciamento de estoque.

RA em serviços e compras online

Com as visitas às lojas muito limitadas durante o isolamento social, a adoção de AR para compras mais do que dobrou no ano passado, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado eMarketer. Apenas 5% dos adultos nos EUA disseram ter usado RA ou VR para fazer compras em 2019. Em fevereiro de 2021, 11% disseram que já o tinham feito e outros 34% afirmaram estar pelo menos um pouco interessados em experimentar.

Em abril deste ano, a Amazon anunciou a abertura de um salão de cabeleireiro em Londres como uma forma de "apresentar novos produtos e tecnologia." O salão usará a RA para mostrar aos clientes como os cabelos poderiam ficar depois de usar vários produtos, que poderão ser comprados via QR code.

O uso da RA e VR em uma série de setores em ambientes amplamente diversos ilustra como nosso mundo está se tornando cada vez mais dependente de dados e interconectado. Os efeitos cumulativos de todas as informações de grande densidade que transitam entre usuários, servidores, computadores e provedores de conteúdo levam a uma demanda elevada por alta largura de banda, conexões de baixa latência e acesso instantâneo a ecossistemas de parceiros VR/AR.

Sobre a autora

Chiaren Cushing, diretora de Mobile Services & IoT da Equinix