Os ganhos de eficiência a partir da integração com a Bradesco Dental, em 2009, apareceram no balanço da OdontoPrev, operadora de plano odontológico. Além de registrar aumento da margem Ebitda (antes de juros, impostos, amortização e depreciação), a companhia voltou a apresentar índice de sinistralidade abaixo de 50%.

No quarto trimestre do ano, a empresa registrou lucro líquido de R$ 35,58 milhões, em alta de 13,1% no comparativo anual. A receita líquida totalizou R$ 224,11 milhões, 20% acima do registrado pela empresa um ano antes. Excluindo despesas com fusões e aquisições, o Ebitda cresceu 31,3%, para R$ 58,93 milhões.

A margem Ebitda subiu 2,3 pontos percentuais, para 26,3%, um recorde entre os quartos trimestre desde a estreia da companhia na bolsa, em 2006. A melhora de eficiência operacional segundo o diretor de relação com investidores José Roberto Pacheco, ocorreu a partir de redução de despesas administrativas e dos ganhos de escala geradas pela associação com o Bradesco.

Mais frutos da parceria com a instituição financeira são aposta da OdontoPrev para este ano. “Ainda há canais de venda do banco que não foram explorados por nós”, comentou o presidente da companhia, Randal Luiz Zanetti. Dentre os canais ainda não trabalhados pela empresa, está distribuição via cartão de crédito, postos de atendimento e meios eletrônicos.

O índice de sinistralidade, que tinha ficado em 51,4% no terceiro trimestre, recuou 4,3 pontos percentuais, para 47,1%. O indicador, no entanto, ficou 0,6 ponto percentual acima do registrado no quarto trimestre do ano anterior. O fenômeno, segundo Pacheco, ocorreu porque o reajuste do tíquete médio (4%) ficou abaixo da inflação, enquanto o reajuste dos honorários de rede credenciada ficou em linha com a variação geral dos níveis de preço da economia.

Em linha com expectativa do mercado, a OdontoPrev alcançou 5,53 milhões de beneficiários no ano passado, com incremento de 555 mil novas vidas sobre 2010.

Evitando dar projeções numéricas, os executivos são otimistas quanto às perspectivas para o setor e para a empresa neste ano, quando o foca da OdontoPrev será na a geração de valor. “Estamos mais preocupados com a qualidade do crescimento do que com o crescimento em volume”, comentou Zanetti.

Em 2011 a OdontoPrev teve receita líquida de R$ 835,26 milhões em alta de 19,7%. O Ebitda ajustado (exclui despesas com fusões e aquisições) aumentou 35,4%, atingindo R$ 208,3 milhões. Com impacto negativo na linha do imposto de renda, o lucro líquido recuou 33,6%, para R$ 145,31 milhões.

Com as ações próximas ao seu pico histórico, a OdontoPrev é avaliada no mercado a R$ 5,3 bilhões. Ontem, o conselho de administração da companhia aprovou o pagamento de dividendos complementares no valor de R$ 72 milhões, elevando a remuneração total aos acionistas relativa ao exercício fiscal de 2011 a R$ 160 milhões, ou cerca de 115% do lucro anual passível de distribuição.

Fonte: Marina Falcão,Valor Econômico, 02/03/12